7rescaldoprotestorjabr.jpg

Algumas das principais cidades do País tiveram manifestações que terminaram em violência neste Dia do Professor. Ativistas e policiais se enfrentaram em atos que pediam a melhora do ensino no Brasil.

No Rio de Janeiro, a manifestação que começou depois das 17h reuniu cerca de 20 mil pessoas no centro da capital fluminense. O ato transcorreu sem violência, e o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) chegou a declarar finalizado o protesto por volta das 19h45. Contudo, alguns ativistas mascarados continuaram em frente à Câmara de Vereadores.

Por volta das 20h20, rojões começaram a ser disparados. Black blocs arrancaram tapumes e começaram a avançar contra a polícia. Pelo menos um ônibus foi depredado e estações de metrô da região foram fechadas. Os policiais revidaram. Um grupo de manifestantes, com rostos cobertos, apedrejou o consulado dos Estados Unidos.

Parte da luz da Cinelândia chegou a ser desligada. Em certo momento, uma cena começou a se repetir. A polícia lançava gás lacrimogêneo nos pontos de concentração de manifestantes, que fugiam. Quando o gás se dispersava, eram os ativistas que voltavam. Por volta das 23h, os confrontos continuavam no Rio de Janeiro.

Em São Paulo, o resultado não foi muito diferente. Parte dos manifestantes depredou o que via pela frente. Eles espalharam lixo pela rua e colocaram fogo. Usaram coquetéis molotov. A polícia reprimiu com gás lacrimogênio e balas de borracha.

O saldo do confronto entre manifestantes e polícia foi de, pelo menos, quatro agências bancárias depredadas na avenida Vital Brasil; três carros comuns do consórcio Via 4 foram depredados; no terminal de ônibus Butantã, um ônibus foi pichado e depredado; na entrada da estação do metrô, vidros foram quebrados; ao menos 75 pessoas foram detidas.

Em Belo Horizonte, professores, estudantes e black blocs tentaram fechar o trânsito em um cruzamento na praça Sete. A polícia respondeu com balas de borracha, spray de pimenta e bombas.

Na medida em que os ônibus se acumularam no trânsito, os motoristas ficaram nervosos e um ônibus da linha 4111 tentou avançar o bloqueio imposto pelos estudantes. Um homem chutou a dianteira do veículo, enquanto outro quebrou um dos vidros laterais, próximo ao motorista, que chegou a discutir com os manifestantes. A polícia conseguiu prender o responsável.

Em Porto Alegre, o ato começou em frente à prefeitura. Quando passavam em frente ao prédio onde vive o prefeito José Fortunati arrancaram tapumes que protegem a fachada do prédio e quebraram vidros, enquanto moradores gritavam indignados da janela.

A poucos metro dali, a tropa de choque da Polícia Militar esperava os manifestantes em frente ao Palácio Piratini, sede do governo do Estado. Um rojão foi disparado contra os PMs, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo.

A ação da polícia fez com que os manifestantes recuassem pelas ruas do centro, seguidos pela tropa de choque. O protesto voltou a se reunir no largo Zumbi dos Palmares, mas logo decidiu dispersar.

Um morador de rua, sensibilizado com a manifestação, cedeu seu colchão para ser queimado, mas após incendiarem o objeto, os manifestantes foram embora deixando a fogueira no meio da rua, o que causou revolta no morador de rua. "Eu dou meu colchão para vocês usarem e vocês vão embora? Deve ser porque eu sou morador de rua", gritava o homem revoltado.

Apesar do fogo ser pequeno, um caminhão do Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar as chamas.

Outra cidade com manifestação preparada era Brasília, mas o número de manifestantes foi bem abaixo do esperado, com poucas dezenas de ativistas.