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Manifestantes ligados ao Movimento dos Trabalhadores sem Teto realizaram um protesto no centro de São Paulo na tarde desta terça-feira. Eles saíram em marcha da praça da República até a Câmara Municipal da cidade, na rua Maria Paula, onde uma confusão se formou quando membros do ato tentaram invadir o prédio do Legislativo municipal.

Segundo a Polícia Militar, entre 200 e 300 manifestantes tentaram invadir a Câmara Municipal por volta das 14h30. Policiais agiram no local para impedir que o grupo entrasse no prédio. A PM não informou se houve detidos ou feridos por conta da ação. Procurada, a Câmara não informou o prejuízo após o tumulto até as 16h35.

Segundo Guilherme Boulos, membro do Movimento dos Trabalhadores sem Teto, a confusão ocorreu quando os manifestantes tentaram entrar no prédio, mas foram contidos pelos policiais, que usaram gás de pimenta.

Após a confusão, 12 representes dos sem-teto foram recebidos pelo presidente da Câmara Municipal, José Américo (PT). O grupo entregou documento com oito reivindicações, pedindo, principalmente, que o plano diretor da cidade seja votado.

“O plano diretor foi entregue há três semanas na Câmara e até agora não temos nem data para as audiências públicas. Viemos aqui para cobrar do presidente da Câmara um posicionamento sobre o plano diretor”, disse Boulos.

Na convocação para o protesto, em sua página no Facebook, os sem-teto afirmaram que o ato tem como objetivo "cobrar da prefeitura que pare com despejos ilegais, sem ordem judicial em terrenos municipais ocupados. Além disso, que abre negociação com a Ocupação Dona Deda, no Parque Ipê".

Após a confusão, os manifestantes seguiram para a prefeitura, onde chegaram por volta das 16h10, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Por conta do ato, otrânsito foi totalmente interditado no viaduto do Chá nesse horário.

Os manifestantes se concentraram na porta do prédio da administração municipal de São Paulo, enquanto um grupo de cerca de dez representantes se reuniam com membros da Secretaria de Relações Governamentais da cidade para mostrar as reivindicações do MTST. Apesar da conversa de mais de uma hora, o grupo não saiu satisfeito da reunião.

"A prefeitura não se comprometeu com nada em relação à pauta do movimento, particularmente em relação aos despejos da ocupação do parque Ipê, no Campo Limpo, que pode ocorrer sem autorização judicial, e sequer se comprometeu em respeitar a legalidade que seria ter uma ordem de despejo. A postura da prefeitura do (Fernando) Haddad está se aproximando com a do (Gilberto) Kassab (antecessor de Haddad). Uma prefeitura que não garante os direitos básicos e age com ilegalidade", disse Guilherme Boulos, um dos líderes do movimento.

Guilherme disse ainda que o grupo sequer foi recebido pelo secretário da pasta. Segundo ele, quem conversou com os manifestantes foi um dos secretários adjuntos.

"O secretário foi que nem despachante. Ele falou que não pode resolver, mas vai falar com quem resolve. Nós viemos na prefeitura para falar com quem resolve, não com o despachante. Pretendíamos ouvir que a prefeitura vai respeitar a legalidade, só agir em ocupações com ordem judicial e que vai tratar as ocupações urbanas como caso de política educacional e não de polícia", reclamou.

Por conta da negativa na prefeitura, o grupo prometeu uma nova manifestação para a manhã desta quinta-feira, às 9h, na praça Ramos, na região central da capital paulista.

Rio

A abordagem por policiais militares de um manifestante na Avenida Rio Branco, em frente ao Edifício Avenida Central, perto da Rua São José, provocou o primeiro tumulto da passeata dos professores em comemoração ao Dia do Mestre, no centro da capital fluminense, na noite desta terça-feira, 15. Houve tumulto e correria. O ativista foi revistado e liberado pouco depois, pois nada foi encontrado.

Há divergências sobre o número de manifestantes. Segundo a Polícia Militar, 5 mil pessoas participam da caminhada, enquanto o secretário estadual de Profissionais de Educação fala em 10 mil pessoas. Os professores do município do Rio estão em greve desde 8 de agosto. Os profissionais recusam o plano de carreira enviado pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) e aprovado pela Câmara Municipal, pois consideram beneficiar apenas pequena parte da categoria.

Candelária

Uma hora e meia após o seu início na Candelária, na esquina das avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, a manifestação do Dia do Mestre no Rio de Janeiro chegou à Cinelândia, onde fica a Câmara Municipal. A Polícia Militar fez um cordão em forma de "U" atrás da manifestação, com dezenas de policiais nos dois lados da Rio Branco e no cruzamento com a Avenida Almirante Barroso, a um quarteirão de distância da Cinelândia. Até a chegada, não foram registrados incidentes significativos na caminhada.

Além de impedir o acesso à Rua Evaristo da Veiga, onde fica o Quartel-General da PM e foram instaladas grades de ferro de três metros de altura, policiais militares formam cordões de isolamento e impedem a passagem nos dois sentidos da rua Senador Dantas, atrás da Câmara Municipal.

Ao contrário da manifestação na semana passada, vários grupos de dezenas de policiais se espalham pela região. Policiais da Tropa de Choque também se posicionam dentro da Câmara. Milhares de pessoas ocupam a Cinelândia. Até o momento, o clima na região é tranquilo.

BH

Cerca de cem manifestantes, segundo a Polícia Militar (PM), participaram de manifestação nesta terça-feira, 15, no Centro de Belo Horizonte, como parte das celebrações do Dia do Professor e em apoio aos profissionais da Educação do Rio de Janeiro, em greve desde o início de agosto. Até o início da noite, a manifestação ocorria de forma pacífica, sem registro de ocorrências.

O ato na capital mineira, que aderiu a manifestações programadas por meio de redes sociais em 15 cidades, foi na Praça Sete de Setembro, na região central, e teve início no fim da tarde. O local é o mesmo ponto de concentração dos protestos que assolaram Belo Horizonte em junho, com vários confrontos e duas mortes. Nesta noite, dezenas de integrantes da tropa de choque e do Batalhão de Trânsito da PM, além de homens da Guarda Municipal, acompanhavam o ato.

Segundo a presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG) e diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, o objetivo da manifestação é pedir "ensino gratuito e de qualidade", melhorias nos salários e condições de trabalho dos profissionais e o fim da repressão aos atos públicos. Estudantes que aderiram ao protesto também reivindicam o passe livre no transporte público.

A manifestação complicou o tráfego na maior parte das vias da região central. Os manifestantes fecharam o trânsito nas avenidas Afonso Pena e Amazonas, duas das principais da capital, e pretendiam seguir em passeata até a sede da prefeitura.