O PMDB que FHC quer
O presidente Fernando Henrique aproveitou almoço com juristas no Palácio da Alvorada para conversa com o presidente da Câmara, Michel Temer. De novo, FHC jurou que não quer o PMDB fora do governo. É verdade! FHC não abre mão do partido. Só não gosta de ver sua cúpula unida em torno do presidente da legenda, o senador Jader Barbalho. Para rachar o comando, a idéia de FHC é fortalecer Temer como interlocutor. O presidente encomendou um mapeamento do PMDB, que constatou que há três grupos: a cúpula, liderada por Jader e Temer; os oposicionistas incuráveis, como Itamar Franco e o senador Roberto Requião; e os governistas que não estão com a cúpula, como os governadores do PMDB no Nordeste, os sarneysistas e os gaúchos, os catarinenses e os do Rio de Janeiro. Na estratégia de esvaziamento de Jader, o grupo governista, majoritário, terá cacife inflado.

 

Mapa palaciano
Não é só no PMDB que FHC anda mandando mapear. Por conta das brigas com ACM, também está de olho no PFL. Chegou a uma conclusão curiosa: o senador manda no partido, mas quem tem maioria no partido é o grupo de Marco Maciel e Jorge Bornhausen.

 

Barnabé também dá lucro
Cláudia Costin, ex-secretária de Patrimônio da União, não sairá do governo com as mãos abanando. Com o dinheiro obtido com o programa de demissão voluntária do Serpro, deve montar uma empresa de consultoria. Já foi sondada pelo governo pernambucano para um projeto de enxugamento do funcionalismo. E tem outros Estados na mira.

 

O silêncio de Ruth
A primeira dama Ruth Cardoso deverá ser procurada por ACM nesta semana. O encontro será uma saia justa. Dona Ruth não pode falar mal do projeto de combate à pobreza elaborado pelo presidente do Senado, mas também não concorda com suas idéias. O que se ouve nos corredores do programa Comunidade Solidária é que ela acha que a proposta é, no mínimo, ingênua. Os mais íntimos juram que as críticas vão além e resvalam para observações sobre oportunismo politiqueiro e coisas assim.

 

Intrigas tucanas
O novo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PMDB), tratou logo de aproximar-se do principal cacique tucano do Nordeste, o governador Tasso Jereissati, do Ceará. Bezerra quis saber de Tasso se era verdade que o governador defendia mesmo a retirada do PMDB do governo. Em tempo: foi o próprio FHC quem espalhou a maldade contra Tasso. Mas o cacique tucano não passou recibo:

– O que eu disse, e o presidente sabe muito bem, é que ele precisava afirmar sua autoridade. Só isso.

   R Á P I D A S

O Ministério da Saúde incluiu no julgamento das licitações para publicidade nota publicada nesta coluna. Dava conta das previsões sobre a vitória do marqueteiro malufista Duda Mendonça.

O presidente do PMDB, Jader Barbalho, encontrou a desculpa para não ir à posse de Fernando Bezerra no Ministério da Integração Nacional: não acha lugar nos vôos de Portugal para o Brasil.

 

Por Tales Faria – Colaborou Andrei Meireles