A entrevista concedida pelo empresário foragido William Sozza a ISTOÉ fez os deputados da CPI do Narcotráfico se movimentarem. Acusado de ser o chefe do crime organizado em São Paulo, Sozza denunciou que o deputado Robson Tuma (PFL-SP) recebeu propinas para “aliviar” a situação de alguns investigados. Um deles, o vereador e candidato à Prefeitura de Campinas, Roberto Mingone (PFL), faltou a um debate na segunda-feira 21. Sua assessoria justificou a ausência com a desculpa de que ele tinha viagem marcada. Os adversários duvidam. Para eles, a ausência foi a forma encontrada por Mingone para fugir do constrangimento de ter de se explicar na frente das câmeras de tevê. Sozza disse também que os deputados Lino Rossi (PSDB-MT) e Éber Silva (PDT-RJ) lhe prometeram proteção desde que em seu depoimento fosse mencionado o deputado Augusto Farias (PPB- AL). Na semana passada, os demais membros da CPI discutiam uma maneira de fazer com que os acusados dessem explicações no Congresso. “Isso não tem sentido. Tudo o que ele diz é infundado”, reclama Éber Silva.
Na quarta 23, o deputado Pompeu de Matos (PDT-RS), integrante da CPI, esteve em Campinas. Irritado, ele foi à Polícia Federal cobrar agilidade nas buscas pelo empresário, sumido há mais de dez meses, e assegurou que 32 empresas da região serão investigadas, por suposto envolvimento com o roubo de cargas. A Comissão deverá retornar à cidade depois das eleições municipais. Motivado pela entrevista de Sozza, Wanderley Martins (PDT-RJ) encaminhou ofícios à PF e ao secretário de Segurança de São Paulo, solicitando maior empenho na captura do empresário.