A abertura da 45ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, no último fim de semana, não teve o fuzuê de gente famosa como nas edições anteriores. O fervo (festa boa) aconteceu do lado de fora dos camarotes, mesmo com um público bem inferior ao do ano passado. O povo comeu muita vaca atolada (sopa de mandioca com costela de boi) e moiô as palavra (tomou uma cachaça) como manda a religião. Divertiu-se menos com o rodeio do que com os shows, as gincanas e concursos com direito a prêmios. O agito no camarote da Brahma, o mais disputado do evento pelo frisson habitual de personalidades e artistas, não virou (não deu certo). Como vip só sai de casa com tudo pago e este ano não teve jatinho nem estadia “de grátis” para os convidados, ninguém apareceu. Segundo as intrigas do mundo country, a cervejaria não quis investir nos chiques porque está renegociando o contrato de patrocínio – que expira neste ano – e não sabe se irá renová-lo. Preferiu apostar no consumidor comum, instalando estruturas infláveis que dispersavam ar fresco pelo parque e alegrando a balada na avenida 43, no centro da cidade, com trio elétrico.

Para os visitantes do camarote, nada da opulência que a cervejaria costuma promover no carnaval da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, onde confete é bufê completo. Em Barretos, só deu azeitona, queijo em cubinhos e salame. Dentro e fora do camarote, os “homi”, como sempre, eram maioria. De “famosos” mesmo só a modelo Núbia de Oliveira e a atriz global Mônica Carvalho, que não podiam respirar de tanta pose para fotos, autógrafos e assédio de marmanjos alcoolizados. Um fã chegou a colar uma fotografia sua em forma de adesivo na manga da camisa de Núbia. “Quem sabe um dia cê vai conhecer minha casa em Piracicaba”, sugeriu. “Eu preciso disso. É a prova de reconhecimento de meu trabalho”, agradeceu Núbia. Ao lado dela, um trio de modelos ajeitadas (bonitas), de shortinho e bota cano longo, era instruído por seu agente a galgar o caminho do sucesso: “Vocês têm que colar nos fotógrafos ”, dizia ele.

Nem a estrela internacional de Barretos, a cantora country Reba MacEntire (Réba Maquetai para os peões) apareceu. Depois de misturar tambaqui (peixe da Amazônia), leitoa, galinhada e feijão tropeiro em almoço no rancho do fazendeiro Henrique Prata, Reba quase não se mexia no palco ao lado de “Chitonzinho and Xouroróu”. “Se ela não falasse inglês, seria igual a gente”, observou Prata. Sandy e Júnior também desprezaram a festa da Brahma. Foram tantas entrevistas para a imprensa, que a dupla quis evitar a confusão do camarote. Sandy falou sobre o rompimento do namoro com o ator Paulo Vilhena e disse que “acha um saco” quando perguntam sobre sua virgindade. “Querem saber tudo, se faço xixi, como eu durmo. A gente tem de entender… É o que vende”, lamentou. Do camarote, uma fã da cidade de Guaíra assistia ao show agarrada a uma estatueta de Nossa Senhora de Aparecida que ganhou do marido. A festa era tão família que não passou da meia-noite. Os “peão macho pra valê”– calça justa e braços fortes – deixaram o camarote com o brinde da Globo.com (parceira da Brahma no evento) pendurado no ombro: uma bolsa transparente com uma bolinha de borracha anti-stress dentro. Chique no úrtimo (muito bom)!