Seis milhões acompanharam as duas Dilmas

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 O Planalto considera que o diálogo entre Dilma Rousseff e Dilma Bolada, personagem criado no Twitter por Jeferson Monteiro (foto), marcou um bom início no projeto de construir a identidade digital da presidenta. A troca de mensagens atingiu seis milhões de acessos nos momentos de pico e, no final, o Twitter de Dilma havia acrescentado 40 mil novos seguidores num universo de dois milhões. O plano é avançar mais, criando um universo onde o internauta poderá pedir serviços ao governo – como consultar saldo do FGTS –, ouvir entrevistas de Dilma, acompanhar as notícias de 39 ministérios e receber mensagens de seu Twitter sem sair da mesma página.   

Serra volta às pesquisas do psdb
A permanência de José Serra no PSDB não foi uma simples troca de gentilezas com velhos companheiros do partido. Serra terá direito a tratamento nobre daqui para a frente. Entre outros benefícios, seu nome será incluído nas pesquisas eleitorais do PSDB, o que permitirá a todos acompanhar sua aceitação junto ao eleitorado.

Burocracia que ajuda o crime
Está para ser votado pelo Senado o projeto que elimina, numa só penada, uma rede burocrática que atrapalha a busca, prisão e extradição de criminosos estrangeiros residentes no País. Os prazos são tão longos que até os procurados pela Interpol têm tempo para organizar a fuga.   

Atrás das grades
Com apoio de uma pesquisa que mostra que 93% da população seria favorável à medida, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado debate projeto que diminui o direito de presos condenados a regime fechado a passar feriados com suas famílias.

Cartolas animados
Depois que o Senado autorizou os clubes em atraso com a Timemania a se beneficiarem da Loteria Federal, os cartolas resolveram colocar outra carta na mesa. Querem  renegociar suas dívidas com a Receita Federal e com a Previdência.  São quase R$ 5 bilhões em jogo.

Charge

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Dilma sem pressa
Nada como um governo com saúde nas pesquisas eleitorais. O Planalto perdeu qualquer motivação para antecipar a reforma ministerial e incorporar novos aliados à base. O prazo original, entre dezembro e janeiro, está mantido. Até lá, interessados devem manter autocontrole.

Planalto espera vitória na internet
Os dados que chegaram do Congresso deixaram o governo otimista quanto ao marco regulatório da internet. O Planalto está convencido de que deve vencer nos pontos principais, a começar pela neutralidade da rede, tema que provoca uma divisão inconciliável entre as teles e os internautas no mundo inteiro.

Visitas discretas
Graça Foster, a presidenta da Petrobras, tem feito visitas ao gabinete de Dilma no Planalto. São encontros fora de agenda, mas dentro do esperado. Faltam três semanas para o leilão de Lybra, que Dilma vai acompanhar pessoalmente.

Yale pode retirar queixa
Os contatos da Universidade de Yale com a diplomacia brasileira acenderam uma pequena luz no destino da repórter Claudia Trevisan, detida pela polícia sem motivo  durante cinco horas, quando tentava entrevistar o presidente do STF, Joaquim Barbosa. As partes terão audiência, quando se admite até que a queixa contra a jornalista poderá ser retirada pela universidade, medida  que poderia amenizar problemas futuros da correspondente junto a autoridades americanas. 

Conta sem controle
As concessionárias de energia de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo assumem que entre julho de 2011 e junho de 2012 cobraram R$ 5,6 milhões a mais de seus usuários. Só não sabem como irão pagar o que devem. Entre 2002 e 2010, os consumidores de todo o País pagaram R$ 7 bilhões pela energia e até agora ninguém foi ressarcido.

Toma lá dá cá

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Heráclito Fortes – ex-senador do DEM, recém-filiado ao PSB do Piauí

ISTOÉ –  Por que trocar o DEM pelo PSB?
Heráclito –
A saída do PSB da base do governo foi o que facilitou muito minha ida para lá. Sempre tive coerência ideológica. Não me filiaria a um partido para ser palanque do Lula e da Dilma.

ISTOÉ – O sr. se ressente de Lula ter dito que sua derrota foi “vingança de Deus”, em 2010?
Heráclito –
Foi uma campanha cruel que fizeram contra mim, foi pessoal, não foi político. Mas a candidatura do Eduardo Campos me deixa confortável.

ISTOÉ – Ir para o PSB agora é uma espécie de vingança?
Heráclito –
Não é exatamente vingança, mas a saída do PSB foi um golpe tremendo na base do governo. Apenas procurei um abrigo que me desse algum conforto.

Rápidas
* Outrora perseguido pela mídia em função de suas declarações bombasticamente selvagens, agora o deputado Marco Feliciano luta para voltar aos holofotes. Na semana passada, esperou 15 minutos  para ser “entrevistado” por um programa humorístico-jornalístico.

* Reduto de cruzeirenses famosos, como Aécio Neves, o Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, será atacado por atleticanos na corrida eleitoral de 2014. O presidenciável Eduardo Campos escalou o presidente do clube Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, para disputar o governo, com a perspectiva de ter um bom palanque em Minas Gerais.

* Secretário de Imprensa do governador Eduardo Campos, o veterano Evaldo Costa está deixando o cargo para lançar candidatura a deputado federal.

* Pane  do sistema Oi, na semana passada, deixou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),  incomunicável – como todo cliente comum.   

Retrato falado

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“O Supremo decidiu anos atrás, mas a decisão ainda não vale. Enquanto a corte não põe um ponto final nesse caso, outros Estados convivem com  riscos de conflitos”

Acuados pela pressão dos índios que ocuparam o Congresso na semana passada, os senadores concluíram que a dificuldade em resolver os conflitos envolvendo o Legislativo e indígenas se deve à demora do STF de publicar o acórdão que decidiu sobre a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol. Segundo a senadora Ana Amélia (PP-RS), desde 2009 o País aguarda a solução desse caso para que sirva de condicionante a outros conflitos por terras. O problema é que, apesar dos apelos dos parlamentares e até do Ministério Público pela publicação do acórdão, o presidente da corte, Joaquim Barbosa, não deu previsão sobre quando pretende concluir o caso.

Loira ameaça senador

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 Apareceu um senador no esquema estrelado pela loira Luciana Hoepers, que se dedicava a desviar recursos dos fundos de pensão das prefeituras. Os agentes chegaram ao parlamentar depois de seguir o rastro de uma lobista de longas pernas, que dava expediente num escritório de representação estadual em Brasília. Como parlamentares têm direito a foro privilegiado, a apuração já foi remetida ao Supremo Tribunal Federal.

Fim de uma era
A derrota de Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara de Deputados, na tentativa de aprovar uma minirreforma eleitoral, é vista como o fim de seu  reinado absolutista entre os parlamentares. Cunha continua um adversário temido, mas perdeu a condição de imbatível.