Quem está mentindo?
Esta coluna recebeu carta do secretário de Relações Institucionais da Presidência, Eduardo Graeff, nos seguintes termos: "Ao contrário do noticiado por ISTOÉ, as objeções do governo à chamada emenda Ford foram clara e reiteradamente manifestadas aos parlamentares envolvidos (…). Na manhã do dia 29 (quando foi votada a emenda) a chefe da assessoria parlamentar da Presidência (Maria Celeste Guimarães) antecipou essas objeções ao vice-líder (do governo), Ronaldo César Coelho, aos deputados José Carlos Aleluia, Manoel Castro (…) e ao secretário (de Fazenda da Bahia), Benito Gama. As mesmas objeções foram confirmadas (…) em telefonema ao vice-líder por volta das 15h30, aos representantes da Bahia que estiveram no Palácio por volta das 16h e novamente ao vice-líder no plenário da Câmara, por volta das 19h. A minuta de parecer encaminhada pela assessoria da Presidência à liderança do governo, da qual várias cópias foram distribuídas em plenário, não incluía – repito, não incluía – a chamada emenda Ford. O e-mail a que a nota da revista se refere foi enviado pela assessoria da Presidência à Mesa do Congresso no dia seguinte ao da votação."

 

Quem é louco?
A nota que abriu a coluna da semana passada – segundo a qual a emenda Ford foi votada após acordo fechado no Palácio do Planalto – foi passada pelo vice-líder do governo, Ronaldo César Coelho (PSDB-RJ). Procurado pela revista, o deputado insiste na veracidade de suas informações, mas diz que não quer bater boca com o secretário da Presidência. "Eu não sou mentiroso nem seria louco de encaminhar uma votação em nome do governo sem autorização expressa do Palácio", afirma Ronaldo.

 

Quem fraudou?
Coube ao deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), relator da MP que concedia incentivos à instalação da fábrica de automóveis na Bahia, distribuir a minuta que circulou no plenário e que Graeff diz que foi enviada pelo Palácio sem a chamada emenda Ford. "A emenda não foi incluída sorrateiramente e não circulou em plenário cópia da minuta sem a emenda. Eu não sou mágico nem sou homem de fraudar documentos", rebate Aleluia.

Em outras palavras: há algo de podre nessa história toda.

 

A volta de Duda
O Ministério da Saúde adverte: está realizando três licitações na área de publicidade. Dez empresas entregaram suas propostas na quinta-feira 15. No mercado publicitário, é dada como certa a vitória da DM9 na licitação de R$ 35 milhões. Na de R$ 14,5 milhões, ninguém sabe o que vai dar. Mas na de R$ 24,5 milhões, os publicitários acreditam que o vencedor será Duda Mendonça, que fez o marketing das campanhas de Paulo Maluf e Celso Pitta e agora está se aproximando do tucanato. É ver para crer.

  R Á P I D A S

– Gimenez e Associados, agência de publicidade paulista pouco conhecida em São Paulo, está fazendo um curioso sucesso em Brasília. Ganha expressiva fatia da verba publicitária do governo do Distrito Federal.

– Marcello Alencar liberou os deputados federais tucanos com melhor votação na capital para disputarem a prefeitura do Rio. Não quer apoiar César Maia, Luiz Paulo Conde, Sérgio Cabral Filho nem ninguém de outro partido.

Por Tales Faria – Colaborou Mário Simas Filho