cantora Mart’nália aprendeu com o pai, o sambista Martinho da Vila, a oração que faz antes dos shows. Ela e sua equipe se unem em um ritual que é um misto de pedido de bênção, demonstração de fé no futuro e anúncio de que a festa vai começar. Abrem a voz: “Canta, canta, minha gente/ Deixa a tristeza pra lá/ Canta forte, canta alto/ Que a vida vai melhorar.” Em turnê com o show do disco Menino do Rio, ela chegou bem antes do horário ao Tom Brasil, em São Paulo, apesar de estar viajando de ônibus para evitar o caos dos aeroportos. Terminado o espetáculo, voltaria ao Rio para outra apresentação, mas, mesmo assim, não deixou de receber fãs e amigos no backstage. “Gosto de saber como foi”, diz Mart’nália.

Com a agenda lotada até o final do ano, incluindo passagens pela Europa e pelos EUA, ela não tem problemas com camarins – tudo pode ser muito simples e despojado, desde que haja gente por perto. Na preparação, sua única queixa é a falta de cuidados com a voz: “De tudo o que eu gosto, nada faz bem. Mas vou continuar na farra e manter a voz boa. Até agora tem dado certo.” Estourando de sucesso neste momento com o samba Cabide, Mart’nália garante que não se cansou da música. E, claro, a interpreta no show – e no bis.