23/09/2013 - 11:18
Pelo menos 62 pessoas morreram e 63 são consideradas desaparecidas desde o início do ataque de um grupo islâmico ao shopping Westgate de Nairóbi, no Quênia, anunciou a Cruz Vermelha, que pela primeira vez divulgou uma estimativa de desaparecidos.
Anteriormente, a Ceuz vermelha havia informado que eram 69 as vítimas fatais, mas fez a correção alegando que esta informação era resultado de uma contagem dupla de corpos.
Os 63 desaparecidos incluem tanto reféns que ainda estão sob controle do grupo al-Shebab, que invadiu o centro comercial no sábado, como outras pessoas provavelmente mortas. A Cruz Vermelha acredita que há outras pessoas escondidas no gigantesco shopping.
Na madrugada desta segunda-feira, as forças de segurança queniana efetuaram uma nova ofensiva contra os islamitas entrincheirados no Westgate de Nairóbi. Os militantes do movimento Al-Shabab, originária da Somália, ameaçaram matar as pessoas que mantêm como reféns. Na manhã desta segunda-feira foram ouvidos tiros durante 15 minutos e três fortes explosões no local.
O Exército queniano informou que a maior parte do complexo está sob controle e que as forças de segurança iniciaram a ofensiva final contra o grupo somali, que poderia estar encurralado em um setor do centro comercial, utilizando os reféns como escudos humanos. "Nossa preocupação é resgatar todos os reféns vivos e por isto a operação é delicada", afirma um comunicado militar.
Em uma nota divulgada na internet, o porta-voz dos militantes, Ali Mohamud Rage, ameaçou matar os reféns ante a "pressão" exercida por "Israel e outros governos cristãos". "Autorizamos os mujahedines dentro do edifício a empreender ações contra os prisioneiros", disse.
O grupo Al-Shabab, vinculado à Al-Qaeda, invadiu o local no momento em que muitos quenianos e estrangeiros estavam no local. Mais de 10 criminosos entraram no Westgate no sábado, segundo imagens das câmeras de segurança, informou o jornal queniano The Standard.
As imagens confirmam a versão das testemunhas de que um comando islamita, armado com granadas, rifles e pistolas, entrou no local por pelo menos duas entradas. A maioria teve acesso pela entrada principal, lançando granadas e abrindo fogo contra clientes de uma cafeteria.
Outro grupo entrou no centro comercial pelo estacionamento e atirou em um guarda antes de seguir para a área das lojas, onde uma rádio local organizava uma festa. Ao entrar no shopping, os islamitas lançaram duas granadas contra a multidão, mas apenas uma delas explodiu.
Um suposto comandante do Al-Shabab negou nesta segunda-feira a presença de mulheres ou ocidentais no grupo que ataca o shopping de Nairóbi. O homem, que disse que está em contato com os integrantes do grupo que ataca o Westgate, afirmou à rádio britânica BBC que os militantes não negociarão para acabar com o cerco.
O suposto comandante, que se identificou como Abu Omar, fez as afirmações depois que vários jornais britânicos informaram que Samantha Lewthwaite, viúva de um dos terroristas que cometeram os atentados de Londres em 2005, poderia estar por trás do planejamento do ataque em Nairóbi.
"Estão divulgando boatos de que há envolvidos americanos, britânicos e outros", disse Abu Omar. "Posso confirmar de que nada disso é correto", completou.
Ele também afirmou que não há mulheres entre os invasores e que não há discussão para entrega de armas. "Não utilizamos nossas irmãs para executar ataques militares deste tipo, são boatos sem fundamento", afirmou. "Não acontecerão negociações" sobre a entrega de armas, disse. "Qualquer mujahedine quer morrer por Alá", destacou.