A incontinência urinária é um problema muito mais comum do que se imagina. Caracterizado pelo desprendimento involuntário da urina, o distúrbio afeta cerca de 17 milhões de americanos. No Brasil, estima-se que dez milhões de pessoas sofram do mal. Entre as mulheres, cerca de 20% com idades entre 20 e 65 anos têm algum grau de incontinência. Nos idosos (acima de 65 anos) de ambos os sexos, o índice pode chegar a até 50%.

A incontinência é um descompasso entre o funcionamento da bexiga e do esfíncter da uretra (músculo responsável pela retenção ou liberação da urina), que faz com que a pessoa perca o controle sobre o desejo de urinar. O tipo mais comum é a incontinência urinária por esforço (a perda de urina ocorre depois de movimento brusco ou esforço, como espirrar, rir ou correr). Ela se manifesta com maior frequência em mulheres e idosos, pois a idade, a obesidade e o parto natural são fatores que contribuem para o enfraquecimento do esfíncter e dos músculos pélvicos.

Para as mulheres há esperança de cura. O uso do sling com material sintético é uma delas. A técnica consiste na colocação, pela vagina, de um pedaço de tecido em baixo da uretra da paciente, que funcionará como um suporte para impedir que a urina escape. "As chances de cura com o sling são de 90%", diz o urologista Eric Wroclawski, da Sociedade Brasileira de Urologia. Habitualmente, o tecido utilizado vem da musculatura abdominal da paciente – o que torna necessárias intervenções em dois locais diferentes do corpo. Já a operação com o sling sintético (de náilon) é mais prática. Dura meia hora, pode ser feita com anestesia local e a paciente volta para casa no mesmo dia.

A professora Regina Orquiza, 35 anos, sofria de incontinência por esforço. Há dois meses ela se submeteu a uma operação com sling sintético e voltou a se sentir uma pessoa normal. "Morria de vergonha. Mas agora estou ótima", diz. No tratamento da incontinência há ainda outra promessa: a cadeira eletromagnética. O paciente fica sentado, de roupa mesmo e, durante 20 minutos, a poltrona emite impulsos elétricos. A estimulação atua sobre os nervos da musculatura pélvica, promovendo contrações constantes, fortalecendo o músculo. Uma dessas cadeiras está sendo testada no Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e o resultado sairá em três meses.

T.L.