Pelo menos 11 empresas pagaram pouco mais de dois milhões de reais cada uma (900.000 dólares) para participar do leilão da gigantesca jazida de petróleo de Libra em águas brasileiras, disse à AFP um porta-voz da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

A ANP não divulgou o nome das empresas, mas as britânicas BP e BG e a norte-americana ExxonMobil não estão na lista, informou a diretora Magda Chambriard à imprensa.

"Eu esperava todas as empresas A e B, esperava 40 empresas. Agora, existe um contexto mundial, situações muito específicas, que levam a essa situação" de menos empresas interessadas, disse Chambriard.

O Brasil espera que o campo de Libra, a maior descoberta na história do país com reservas de petróleo recuperáveis de entre 8 e 12 bilhões de barris, produza cerca de um milhão de barris de petróleo por dia (b/d) dentro de cinco anos.

O leilão do campo de Libra será realizado no dia 21 de outubro no Rio de Janeiro e o prazo para participar expirou na quarta-feira.

Trata-se da primeira licitação de petróleo desde que o Brasil anunciou em 2007 a descoberta de gigantes jazidas de petróleo a grande profundidade, o pré-sal. Essas jazidas ocupam uma área de 149.000km².

Em 30 anos, o campo de Libra pode oferecer um retorno de 900 milhões de reais, dos quais 300 milhões de reais em royalties e 600 milhões em participação de petróleo, segundo Chambriard.

O campo tem um volume de petróleo estimado que surpreendeu especialistas brasileiros.

A Petrobras será a única operadora e terá 30% de participação obrigatória na concessão de Libra e, em geral, em todas as concessões do pré-sal, segundo a lei.

A ANP licitará os 70% restantes, em que a Petrobras pode ter uma participação se ganhar a licitação sozinha ou em consórcio com outras empresas.

O leilão será vencido pela empresa ou consórcio de empresas que oferecer mais petróleo ao Estado brasileiro.