Quem bebe sabe: um bom vinho é sempre melhor vindo de uma adega. O prazer de armazenar preciosidades engarrafadas, porém, sempre foi para poucos. Esbarrava no preço da brincadeira: uma pequena adega francesa para até 92 garrafas, por exemplo, sai por volta de salgados US$ 2.120. Hoje, porém, existem alternativas mais acessíveis. "Há móveis práticos que ocupam pouco espaço", diz Mônica Latvenas, da Enoteca, importadora de vinhos que há um mês lançou oito modelos de adegas modulares. O mais barato, para 180 garrafas, sai por R$ 315. "É ideal para apartamentos. Com uma dessas, um quarto de empregada desocupado ou um armário, equipados com ar-condicionado, viram uma boa adega", afirma Mônica.

O empresário Sérgio Arno, dividiu sua coleção de quase 500 garrafas em uma adega com climatizador – aparelho que regula a temperatura e a umidade do ambiente – e em módulos de madeira. "Aqueles mais novos e resistentes à temperatura eu coloco nas estantes, os mais velhos e sensíveis, na adega climatizada", explica Arno, que investiu pouco mais de R$ 2.000 para dar a cada um de seus vinhos o tratamento necessário. "Mas é possível guardar bons vinhos em locais escuros e frescos sem problemas", garante. Quem não quiser arriscar, prepare a carteira: um climatizador americano custa de US$ 2.260, o mais simples, a US$ 4.960, o mais completo. "Uma adega não climatizada tem quatro vezes mais chances de sofrer com reações indesejáveis, mas é um bom começo", afirma Arthur Azevedo, diretor de degustação da Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo.

Em todo caso, recomendam-se dois instrumentos mais em conta. Um termômetro, para controlar a temperatura, e um hergômetro, para a umidade. Cada um deles custa aproximadamente US$ 60. "As adegas devem ser do tamanho da paixão e do bolso do proprietário", sugere Arthur Azevedo, da ABS. Marco Antônio Fernandes, da Art des Caves, indústria que oferece desde um módulo para 12 garrafas por R$ 27 até uma adega climatizada por R$ 6.000, sugere que o colecionador em potencial se informe. "Quem se aventura sozinho pode comprometer seus vinhos."

Toques de especialista
Dicas de Arthur Azevedo, diretor da Associação Brasileira de Sommeliers

Temperatura: entre 14ºC e 17ºC. É importante não variar. O calor pode provocar uma segunda fermentação, criando gás carbônico. Frio demais altera componentes e pode mudar o sabor do vinho.

Umidade: entre 60% e 75% de umidade relativa. Os danos provocados pela secura são graves. A rolha seca permite a entrada de ar na garrafa, oxidando o vinho, que pode virar vinagre.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Iluminação e odores: a iluminação deve ser a menor possível. A luz deve ser indireta para evitar alterações químicas. Cheiros podem contaminar as rolhas e os vinhos.

Vibrações e manuseio: as estantes devem ser firmes. Qualquer oscilação pode provocar alterações na bebida, pois os elementos que se depositam no fundo das garrafas ficam em suspensão.

 


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias