Culinária e cinema volta e meia se encontram dando origem a filmes que, no mínimo, despertam o apetite. A responsabilidade sobre o equilíbrio dos temperos, que podem valorizar ou pôr a perder os sabores, pertence ao diretor e ao autor da história. Em sua estréia na direção com O amor está na mesa (American cuisine, França, 1998) – em cartaz no Rio de Janeiro a partir da sexta-feira 11 e em São Paulo, dia 18 -, o também roteirista Jean-Yves Pitoun assumiu as duas funções e produziu uma refeição razoá-vel. O filme começa em Nova York, mostrando o garoto Loren (Jason Lee) aprendendo a cozinhar com o pai irlandês. Passado o tempo, ele se transforma num excelente cozinheiro. Esperançoso, desembarca na França à procura do famoso chef Louis Boyer (Eddy Mitchell). Magnífico como criador, Boyer é um homem que tem como hobby espancar críticos de culinária e é na sua exuberância que reside o melhor do filme. O confronto entre o pragmatismo ianque, às vezes abobado, de Loren, e o detalhismo mal-humorado, tipicamente francês, de Boyer, permite cenas dignas de matinê.