Em 1450 d.C., quando Gutenberg se dispôs a imprimir o primeiro livro da História, a escolha recaiu sobre a Bíblia, que desde então não saiu mais da lista de best sellers, revelando o faro editorial do inventor. De fato, apesar dos 73 livros da Bíblia terem sido escritos nos primórdios de nossa civilização – os 46 que compõem o Antigo Testamento nos dez séculos anteriores ao nascimento de Cristo e os 27 do Novo Testamento no século posterior à sua morte -,- seu conteúdo transcende os limites religiosos. Para se ter uma idéia, a versão encomendada em 1611 pelo soberano britânico Jaime I é considerada um dos alicerces da literatura inglesa. Livros da Bíblia (Objetiva, números variáveis de págs., entre R$ 12 e R$ 16) é uma seleção de 12 dos livros bíblicos, seis de cada testamento. O curioso é o aspecto pop dado ao lançamento em que personalidades contemporâneas, das mais diversas, escrevem os prefácios provocando novas visões sobre vários aspectos. Já foram lançados os Evangelhos de São Marcos, com prefácio do cavernoso roqueiro Nick Cave, São João pelo escritor Carlos Heitor Cony e São Lucas pelo também autor Alcione Araújo.  Os livros de Coríntios e Eclesiastes ganharam respectivamente prefácio do teólogo progressista Leonardo Boff e da escritora Doris Lessing. Para quem não é cristão ou nunca teve curiosidade de abrir aquele calhamaço, a série Livros da Bíblia, sem dúvida, despertará curiosidade. Quem já conhece ganhará novas revelações.