Enquanto as negociações com a Argentina continuam tumultuadas, o Brasil decidiu investir num outro parceiro comercial: o México. Na semana passada, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veí-culos Automotores (Anfavea) e a Associación Mexicana de la Industria Automotriz (Amia) fecharam um acordo bilateral – com início no primeiro semestre e duração de dois anos – que garante alíquota zero ao intercâmbio de automóveis, caminhões e ônibus que tenham, no mínimo, 60% de conteúdo nacional. Os impostos para produtos que não alcancem esse índice serão proporcionais à presença de componentes estrangeiros. Para se ter uma idéia da movimentação que o acordo pode gerar, no ano passado, mesmo com impostos de importação de carros de 35% no Brasil, e 20% no México, o comércio entre os dois países gerou negócios da ordem de mais de US$ 350 milhões. A expectativa do Itamaraty é de que essa nova parceria comercial beneficie outros setores produtivos, como siderúrgicos, têxteis e brinquedos. Há, inclusive, a possibilidade de o acordo ser estendido para que o México também participe do livre comércio com os demais países do Mercosul.