Está caindo por terra a lenda de que o ex-prefeito Paulo Maluf tem um eleitorado cativo na cidade de São Paulo, que gira em torno dos 25%. Pesquisa Brasmarket comprova que Maluf teve a imagem irremediavelmente abalada junto ao eleitorado paulistano em razão de ter sido o responsável pela indicação de Celso Pitta como candidato do PPB à prefeitura e de seu envolvimento nos diversos escândalos que estouraram no município. Se Maluf fosse candidato a prefeito hoje, 44,1% dos eleitores de São Paulo não votariam nele de jeito nenhum. Outros 21,1% afirmaram que dificilmente o apoiariam e somente 8,7% dariam, com certeza, o seu voto ao líder pepebista. A insatisfação com a administração de Celso Pitta levou 46,1% dos eleitores a preferir um candidato de oposição a Maluf. Nem brigando publicamente com Pitta, Maluf conseguiu reverter essa situação. "A maioria dos paulistanos considerou a corrupção detectada na prefeitura como uma herança do governo Maluf", analisa Ronald Kuntz, o presidente da Brasmarket.

O escândalo da máfia da propina e também o mau desempenho nas pesquisas do presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador Mário Covas, ambos do PSDB, deixaram o eleitorado de centro-direita praticamente órfão na escolha de um candidato à Prefeitura de São Paulo. Mais de um terço do eleitorado se diz desencantado com a política. "Nesse agrupamento estão os malufistas desiludidos. Outro um terço está desarticulado e dividido. O eleitorado conservador, que é maioria, ficou sem candidato. Isso abriu espaço para a esquerda, através do PT", observa Kuntz. Assim, a candidata petista Marta Suplicy – já em campanha desde o ano passado, quando disputou a eleição para o governo do Estado e ficou em terceiro lugar –, teria hoje entre 25% e 30% dos votos, nas várias simulações realizadas. Seu mais próximo concorrente, o vice-governador Geraldo Alckimin (PSDB), alcança cerca de 9%. "Candidatos novos como o Alckimin ou o Michel Temer (PMDB) podem ser a grande surpresa, se tiverem uma boa estratégia de marketing e conseguirem representar os desejos desse eleitorado que se sente abandonado", afirma o presidente da Brasmarket.

O melhor nome como candidato do PPB é o jogador de basquete Oscar, que disputou uma vaga no Senado. Muito conhecido, principalmente entre os jovens, Oscar, que assinou contrato de três anos com o Flamengo do Rio, teria cerca de 10% das intenções de votos. No PSDB, a situação também é complicada. O deputado Arnaldo Madeira, que é pré-candidato e tem o apoio do governador Mário Covas, aparece com apenas 3,6%.


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