Com o objetivo de reduzir em pelo menos 50% o número de vítimas fatais em acidentes de trânsito na Europa, cientistas e indústrias automobilísticas trabalham com afinco na criação de um carro à prova de colisões – contam para isso com uma verba de US$ 80 milhões. Os equipamentos de segurança testados pela Prevent, empresa que encabeça o projeto, são os de sempre: air bags, sensores, GPS e radares. A novidade está na instalação de um sistema que coordene tais instrumentos e os faça trabalhar em conjunto para evitar ao máximo os acidentes. O que essa empresa está fazendo, portanto, é desenvolver um supercomputador que comanda de forma integrada todos esses equipamentos. Esse sistema está sendo testado em caminhões, a exemplo do Volvo FH12, e em veículos leves, como o Alfa Romeo 156 e o Fiat Stilo. Os resultados dos testes são tão promissores que a empresa já anunciou que está conseguindo montar veículos "à prova de colisões" e comercializará o sistema dentro de cinco anos.

Os automóveis dotados desse sistema integrado saem na frente em matéria de segurança, antes mesmo de deixarem a garagem: um GPS com computador de bordo avalia as condições do terreno e áreas de risco do trajeto a ser percorrido, como pontes ou curvas muito fechadas. Já nas ruas, uma série de equipamentos busca reduzir ao máximo as chances de colisão: sensores com infravermelho calculam distâncias e avisam o motorista sobre obstáculos, câmeras mostram ao motorista os pontos cegos do automóvel. A inovadora tecnologia "Apalaci" faz com que dois carros se comuniquem sem fio e em tempo real – assim, as frenagens e ultrapassagens podem ser sincronizadas, reduzindo a probabilidade de uma batida lateral ou traseira. Se um obstáculo se aproximar ou houver qualquer sinal de colisão, o motorista é avisado.

É nesse aviso que está, no campo da tecnologia, uma das principais novidades do carro à prova de colisão. O computador "percebe" o perigo, avisa o motorista e calcula o tempo necessário para que ele tome uma atitude. Caso o condutor não dê uma resposta, o piloto automático é acionado e o veículo freia ou desvia sozinho – se a batida for inevitável, os ocupantes do veículo sofrerão o menor impacto possível. Todas as ações são calculadas matematicamente: frenagem, desvio e acionamento do air bag. O computador é capaz de tomar atitudes mais rapidamente do que qualquer motorista e frações de segundo podem ser determinantes na gravidade de um acidente. No momento do choque, por exemplo, um quilômetro por hora a menos na velocidade significa uma considerável redução de danos – diminuição de ferimentos em 3%. Os pesquisadores não estão decretando, é claro, a extinção de todo e qualquer acidente, mas, na hipótese de ele ocorrer, o novo veículo que está sendo criado também é mais "atuante": no instante da batida o computador de bordo aciona os serviços de emergência, que poderão localizar o carro facilmente através do GPS.

ARTE: FERNADO BRUM


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