FHC no ar
Já que não consegue resolver os problemas políticos no Brasil, o presidente Fernando Henrique dedica agora uma parte de seu tempo à solução dos problemas do Paraguai. Na terça-feira 15, depois de uma rápida visita ao país, FHC manteve uma conversa animada com parlamentares que o acompanharam no avião presidencial na viagem de volta. Disse que já é hora de o Brasil promover a adoção de um projeto de desenvolvimento pelos paraguaios, que livre o país vizinho da dependência econômica do contrabando. "Precisamos agir de maneira semelhante aos EUA, que estão patrocinando o desenvolvimento de novas atividades econômicas nos países cuja economia depende do tráfico de drogas", entusiasmou-se Fernando Henrique durante o vôo. Em terra, naquele mesmo dia em Brasília, o presidente do Senado estava às turras com o presidente da Câmara, o STF abria guerra contra as CPIs do Legislativo e um novo diretor-geral da Polícia Federal tomava posse sob acusação de práticas de tortura.

 

Velhos precatórios
O governador Esperidião Amin (PPB-SC) saiu feliz da vida na quinta-feira 17 do Palácio da Alvorada. Acabara de conversar com FHC, o senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) e os ministros Pedro Malan (Fazenda) e Pedro Parente (Orçamento). Conseguiu autorização para renegociar a dívida de mais de R$ 1 bilhão em títulos para pagamento de precatórios do Estado, emitidos e ainda não vendidos ao mercado. A viúva federal é que vai ficar com o mico.

 

Ação entre amigos
O ministro Homero Sanches, do Tribunal de Contas da União, antecipou sua aposentadoria, abrindo vaga para a nomeação do ex-senador Guilherme Palmeira (PFL-AL), que chegou a ser candidato a vice na chapa de Fernando Henrique para o primeiro mandato. Com isso, Homero habilitou-se a receber uma premiação do Palácio do Planalto. Vai assumir o comando de uma diretoria na Sasse, a seguradora da Caixa Econômica Federal.

 

Sob encomenda
No começo deste ano, a Embaixada do Brasil em Bonn caiu de A para B na classificação dos postos no Exterior feita pelo Itamaraty. A alegação oficial foi a mudança da capital da Alemanha para Berlim. No último dia 7 de junho, saiu uma explicação mais plausível para o rebaixamento. O Diário Oficial publicou a remoção, de Genebra para Bonn, da
segunda-secretária Maria Eduarda Seixas Corrêa. Trata-se da filha do secretário-geral do Itamaraty, Luís Felipe Seixas Corrêa. No papel, ela cumpriu a lei que proíbe a transferência de diplomatas de um posto A para outro A. Mas só para quem acredita que servir na Alemanha é uma função de segunda classe.

   R Á P I D A S
Depoimento na Justiça Militar, do coronel Leo Cinelli, foi decisivo para a reabertura do caso Riocentro: "O atentado foi uma ação ilegal, praticada por militares à revelia da instituição militar."

Temendo pelo poder de Eduardo Jorge, o ministro Waldeck Ornellas foi cuidadoso na demissão do presidente da Dataprev, Ruy Lourenço. Esperou a publicação no D.O. e depois avisou o subordinado.