000_177990761.jpg

Os Estados Unidos anunciaram na tarde desta segunda-feira que há evidências suficientes para afirmar que armas químicas foram usadas na guerra civil da Síria. O pronunciamento do secretário de Estado, John Kerry, representou a mais incisiva manifestação da Casa Branca sobre a situação do conflito do país árabe no que soou como uma clara mensagem de ação ao regime do contestado presidente Bashar al-Assad.

As evidências "estão gritando para nós", afirmou Kerry sobre os dados coletados por distintos e independentes grupos sobre as vítimas do suposto ataque químico da última quarta-feira. O secretário afirmou que os dados coletados – aos quais os Estados Unidos apresentarão outros nos dias seguintes – são suficientes para atestar um uso "em larga escala e indiscriminado" de armas químicas no conflito.

"Nosso senso de humanidade básica foi ofendido não apenas por esse crime, mas pela tentativa cínica de ocultá-lo", disse Kerry em uma acusação crítica direta e exclusiva ao governo pelo uso das armas químicas contra a população síria. "Todas as nações devem se erguer em nome da responsabilidade de que as armas químicas nunca sejam usadas novamente", completou ele, afirmando que os eventos da última semana representam uma "obscenidade moral" e deveriam "chocar a consciência do mundo".

O uso de armas químicas constitui um dos pontos mais frágeis e complexos do conflito sírio. Diversos casos do suposto uso desse tipo de armamento – banido pela ONU – se acumularam ao longo da guerra síria, mas na última semana um ataque na periferia de Damasco deixou o que se acredita que sejam pelo menos 300 mortos. Oposição e regime acusam-se mutuamente de responsabilidade enquanto crescem os indícios – sobretudo relatos de vítimas e de médicos da região – do uso de armas químicas.

O uso de armas químicas representa para o presidente americano, Barack Obama, a "linha vermelha" para a definição de uma intervenção para conter a violência da guerra civil síria, que já dura mais de dois anos e consumiu mais de 100 mil vidas.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias