Lula aproximou Dilma e Haddad

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Rompidos desde a guerra da passagem de ônibus, Dilma Rousseff e o prefeito Fernando Haddad se reaproximaram de novo. O intermediário foi Luiz Inácio Lula da Silva, convencido de que São Paulo concentra um eleitorado essencial para o futuro de todos. Dilma pode desistir da reeleição em 2014 se pelo menos não repetir o desempenho de 2010, quando teve 46% no segundo turno contra José Serra. O próprio Haddad pode aposentar seus projetos políticos se não tiver o que mostrar até 2016. Padrinhode ambos, Lula joga sua condição de feiticeiro político universal se os dois fracassarem. Haddad estava queixoso porque teve, pela segunda vez, de segurar um aumento que havia adiado seis meses antes, a pedido de Dilma.

Lavando as mãos
O secretário-executivo da Casa Civil, Gilson Bittencourt, estabeleceu um novo procedimento para não se comprometer com indicações de partidos aliados. Ele exige dos ministros cartas de responsabilidade. Foi assim nas nomeações do PMDB para a Aviação Civil, Infraero e os ministérios do Turismo e Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Vantagem ameaçadora
Os adversários do clã Sarney estão preocupados com as pesquisas eleitorais para o Senado e para governo do Maranhão. Temem que o clã faça chantagem sobre Dilma para exigir apoio contra Flávio Dino, o candidato do PC do B que lidera a campanha no Estado.

Está explicado!
O deputado João Campos (PSDB-GO) roubou a cena numa audiência pública sobre segurança pública ao lembrar que no Brasil só se resolve 8% dos casos de homicídios. Explicou que se 100% dos suspeitos fossem ao banco dos réus, não haveria tribunal para julgar todo mundo.

Cobrança indevida
A empresa italiana Italplan quer receber R$ 800 milhões por um projeto que não saiu do papel e pode desaparecer para sempre: o trem-bala. Lobistas trabalham o assunto em Brasília, com o argumento de que não existe trabalho grátis. Resta saber se o governo concordará.

Charge

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União PT-PSDB
Acusado de receber dinheiro de Carlinhos Cachoeira, o deputado Carlos Leréia (PSDB-GO), foi salvo pelo PT no Conselho de Ética. Rompendo acordo prévio que pedia pena leve, o PMDB votou pela cassação de Leréia. Sob pressão, petistas ajudaram na absolvição.

Disputa de três
Em sua análise interna, que orienta movimentos de campanha, o Planalto enxerga três nomes competitivos para 2014. A própria Dilma, Aécio Neves (ou outro nome do PSDB) e Marina Silva. Para o governo, Joaquim Barbosa não é candidato de verdade e Eduardo Campos e demais governadores do PSB não conseguem crescer fora de suas fronteiras.

Atrás do prejuízo
Depois de constatar um sobrepreço de R$ 6,5 milhões num complexo esportivo em Boa Vista, o Tribunal de Contas da União sugeriu um caminho rápido e seguro para pagar o prejuízo: reter na fonte uma parcela dos próximos pagamentos.

Janot era opção de Cardozo
Ao escolher Rodrigo Janot para o posto de procurador-geral da República, Dilma Rousseff deu preferência ao nome apoiado pelo ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, enquanto Luís Inácio Adams, advogado-geral da União, trabalhou por Ela Wiecko. Sem identificação com ideias de esquerda, Janot atraiu Eugenio Aragão, com bom trânsito entre políticos do PT, para sua equipe e foi escolhido pela capacidade de estabelecer diálogos produtivos com as principais correntes do Ministério Público. Escolada por vazamentos, Dilma só se sentou para conversar com Janot depois que a decisão fora tomada.

Conversa discreta
Em campos opostos no julgamento do mensalão, Dilma Rousseff e Joaquim Barbosa exploram pontos de contato fora dali. Ambos são favoráveis a uma consulta popular para a reforma política, o que pode ser útil caso o debate chegue ao STF. Por sugestão de Barbosa, o governo decidiu fazer um levantamento das lamentáveis condições do sistema carcerário do Nordeste.

Toma lá dá cá

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Em 2015, Pedro Henrique Dória Nehme, 21 anos, estudante de engenharia elétrica e estagiário da Agência Espacial Brasileira, torna-se o primeiro astronauta civil do País. Nehme vai integrar a expedição da nave Lynch depois de vencer, nos EUA, um concurso da empresa holandesa KLM.

ISTOÉ – Como será seu treinamento?
Nehme –
Vou fazer três etapas, começando por um avião sem cadeiras, para simular gravidade zero. Depois um jato albatroz e de novo num simulador.
ISTOÉ – Você vê futuro como astronauta?
Nehme –
O futuro da carreira no Brasil está em aberto. Nosso programa espacial é grande e não faltam oportunidades no Exterior.

ISTOÉ – Como foi seu estágio na Nasa?
Nehme –
Eu me inscrevi no Programa Ciência Sem Fronteiras e fui escolhido para fazer intercâmbio na Nasa, nos Estados Unidos, num departamento que desenvolvia 200 projetos aeroespaciais.

Rápidas
* Dissidentes do governo de Raúl Castro se uniram aos médicos brasileiros na luta contra os Mais Médicos. Com argumento de que a saúde cubana vem em primeiro lugar, combatem a exportação de médicos para o Brasil.

* Quase cinco meses depois de ser nomeado ministro, Cesar Borges conseguiu emplacar sua primeira nomeação. O ex-deputado do PR de Rondônia Miguel de Souza entrou para a pasta, como assessor especial do ministro.

* Ex-diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Luiz Carlos de Oliveira trabalha nos bastidores para voltar ao cargo. Ele foi exonerado em outubro por decisão de Gleisi Hoffmann. 

*Antes de deixar o posto, o ex-procurador Roberto Gurgel enviou um projeto que cria 108 postos no Ministério Público do Trabalho. O senado examina a proposta.

Retrato falado

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“É só entrar no metrô em São Paulo para esbarrar em um desembargador. Vamos criar um Maracanã judiciário”

Defensor da chamada PEC dos Recursos, proposta que encurta o prazo de cumprimento das sentenças, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Cezar Peluso critica a criação de novas vagas no judiciário como forma para combater a morosidade da Justiça. Na visão de Peluso, é a rotina burocrática dos tribunais que deve mudar.

Surfe na seca

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Apesar da seca que assola o Nordeste, há quem nade de braçada na região. Um desses casos é o da empreiteira S.A. Paulista, que tem se dado muito bem nas ondas do Ministério da Integração Nacional, comandado pelo ministro Fernando Bezerra, principalmente nas licitações feitas pelo Regime Difenciado de Contratações (RDC).

Greve no cofre
A greve dos fiscais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) parou obras em todo País. Dos R$ 1,2 bilhão em contratos que deveriam ter sido pagos, só R$ 200 milhões saíram dos cofres da União. Construtoras que apoiaram a paralisação, apostando na queda do general Jorge Fraxe, estão arrependidas. Fraxe não caiu e a greve se estende por dois meses.  

Fotos: Paulo Pinto/pt; alan marques/folha imagem; Ruy Baron/Valor/Folhapress
Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo