Nem tão belo horizonte
Não há consenso, entre os tucanos, sobre o cenário cor-de-rosa das previsões oficiais para o futuro da economia brasileira. Muito perto da Esplanada dos Ministérios, um importante economista do PSDB duvida que o País possa ingressar numa fase de crescimento expressivo e sustentado, como vem dizendo a equipe econômica. Roberto Martins, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), garante que “dificilmente o Brasil vai conseguir sustentar esse crescimento do PIB (em torno de 4% ao ano) por um longo período”. Por um motivo muito simples, segundo ele. “Nenhum país extremamente desigual conseguiu crescer a taxas elevadas durante muito tempo. E o Brasil continua sendo o campeão mun-dial de desigualdade na distribuição de renda”, lembra o mineiro Roberto Martins. Muito amigo do ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, e do ex-governador Eduardo Azeredo. É ver para crer.

Limpeza
O Banco Central concluiu o inquérito sobre a liquidação do Bamerindus, denunciada por um de seus próprios liquidantes. O relatório aponta falhas nos sistemas de controle de pagamentos. Mas diz que, de tão graves, foi impossível apontar a existência de desvios. Por via das dúvidas, o comando do BC trocou o atual liquidante, Gilberto Loscilha, pelo fiscal aposentado Sérgio Prates.

Espelho meu
Reunidos em Florença, em novembro, os líderes ocidentais discursaram usando o idioma de seus países. FHC começou falando em portu-guês. Logo se empolgou com platéia tão ilustre e mudou para francês. Terminou em inglês. “Pronto, o Narciso voltou”, cochichou dona Ruth Cardoso a membros da delegação brasileira.

Caim e Abel
O deputado Aloizio Mercadante (SP) terá problemas para se eleger líder do PT na próxima quarta-feira. A ala light do partido, Paulo Delgado e Eduardo Jorge à frente, resolveu apoiar o deputado Walter Pinheiro (BA), candidato dos ra-dicais. A escolha será por voto secreto, estimulando a traição entre os aliados de Mercadante.

Rápidas

  • O Palácio do Planalto conseguiu achar uma saída honrosa para o ministro Rafael Greca: no começo de abril, ele deixa o Ministério a pretexto de se candi-da-tar à Prefeitura de Curitiba.
  • FHC gostou tanto do encontro que teve com alguns senadores que vai repetir a dose. Mas com uma diferença. Os próximos deverão ocorrer longe dos olhos dos caciques ACM e Jader Barbalho.
  • O FonteCindam, um dos alvos da CPI dos Bancos, vai à Justiça contra o francês BNP. Quer indenização de R$ 200 milhões porque os pa-risienses desistiram de fechar negócio com os brasileiros.