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A confirmação de que o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, pretende acabar com os estímulos monetários até meados do ano que vem fez a moeda norte-americana fechar acima de R$ 2,45 e atingir o maior nível em quase cinco anos. Apesar das atuações do Banco Central (BC), o dólar comercial fechou hoje (21) vendido a R$ 2,4512, com alta de 2,38%. A cotação é a maior desde 8 de dezembro de 2008, quando a moeda foi vendida a R$ 2,4730.

No ano, o dólar subiu 19,68% – apenas em agosto, houve aumento de 7,39%. A moeda operou em alta durante toda a sessão desta quarta-feira. De manhã, o Banco Central rolou (renovou) US$ 987,9 milhões de contratos de venda de dólares no mercado futuro. A ação, no entanto, não surtiu efeito. Depois das 15h, o dólar acelerou até fechar na máxima do dia.

O fator que desencadeou a aceleração do câmbio foi a divulgação, no início da tarde, da ata da reunião de julho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve. No documento, o Banco Central norte-americano informou que pretende reduzir o programa de compras de títulos públicos (que injetam dólares na economia mundial) ainda este ano e acabar com os estímulos monetários até meados de 2014.

Desde o fim de maio, o mercado financeiro global enfrenta turbulências devido à perspectiva de que o Federal Reserv reduza os estímulos monetários para a maior economia do planeta. O Fed poderá aumentar os juros e diminuir as injeções de dólares na economia global caso o emprego e a produção nos Estados Unidos mantenham o ritmo de crescimento e afastem os sinais da crise econômica iniciada há cinco anos.

A instabilidade piorou depois de Ben Bernanke, presidente do Fed, ter declarado, em 19 de junho, que a instituição pode diminuir a compra de ativos até o fim do ano, caso a economia americana continue a se recuperar. Se a ajuda diminuir, o volume de dólares em circulação cai, aumentando o preço da moeda em todo o mundo.

Nos últimos meses, o governo brasileiro tem adotado medidas para conter a valorização do dólar. Além de vender a moeda no mercado futuro, o Banco Central retirou parte do compulsório sobre as apostas de que o dólar vai cair e eliminou restrições de prazos para que os exportadores financiem antecipações de pagamentos.

A equipe econômica também retirou barreiras à entrada de capitais estrangeiros no país. O Ministério da Fazenda zerou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil. Desde outubro de 2010, a alíquota em vigor era 6%. A venda de moeda estrangeira no mercado futuro também ficou isenta de IOF.