Foi uma invasão estrategicamente planejada. Os espanhóis do Santander entraram no Brasil pelo Nordeste comprando o Banco Geral do Comércio. Na última quarta-feira 19, anunciaram a aquisição do Bozano, Simonsen e do Meridional. De uma única tacada, seu volume de ativos pulou de R$ 13,7 bilhões para R$ 22,6 bilhões. Com este reforço de musculatura, o Santander passou a ser, da noite para o dia, o segundo maior banco estrangeiro do País, perdendo apenas para o ABN Amro. E no ranking nacional saltou do décimo para o quinto lugar. O próximo alvo será o Banespa, o banco estadual de São Paulo. “Não teremos problema de fôlego para o Banespa porque não é para nós uma corrida de cavalos. É uma oportunidade”, anuncia com um sorriso de orelha a orelha o presidente do Banco Santander do Brasil, Gabriel Jaramillo. Falando com enorme desenvoltura em espanhol, Jara-millo preferiu não antecipar o fôlego financeiro do Santander para disputar o Banespa.

Sempre ao lado do ex-presidente do Bozano, Simonsen, Paulo Ferraz, Jaramillo se recusa a falar em números até que o Banco Central autorize o meganegócio. O mercado especula que a transação ficou em R$ 1,3 bilhão. “O Meridional é um banco regional extremamente forte no Rio Grande do Sul enquanto o Santander tem uma atuação expressiva no Sudeste. O Bozano, Simonsen, por sua vez, é uma referência do mercado de capitais e o Santander é um banco forte em renda fixa”, exaltava o presidente da instituição espanhola. O negócio envolveu no mesmo pacote a compra da financeira TradeCash, da Oceânica Seguros, da corretora Bozano, Simonsen e do Banco Meridional.