Desde que adotou um símbolo impronunciável como identificação, aquele que se chamava Prince passou a ser tratado por O Artista. Ele jura que não é excentricidade. Mesmo assim assinou a produção de seu mais recente álbum Rave un2 the joy fantastic com o nome de Prince, e os arranjos, composições e performances como . Frescuras à parte, a usina sonora de O Artista continua imbatível, agora pendendo para o pop. Músicas como The sun, the moon and stars, com aquele falsete inconfundível, Undisputed, com o rapper Chuck D., ou Everyday is a winding road, que traz o bom e velho Larry Graham, da banda de Sly Stone, mostram que sua majestade independe de rótulos para continuar reinando ou inventando factóides.

Além das 16 faixas creditadas na contracapa, há outras duas. Mas para ouvi-las deve-se seguir o ritual imposto por . Na primeira delas, após cinco minutos de silêncio no fim do disco, escutam-se seus endereços na Web. Em seguida, o ouvinte é pego de surpresa pela poderosa Prettyman, anunciada pelo Artista num tom de voz para lá de cor-de-rosa: “Não me odeie porque eu sou lindo.” Diante do desfile de canções inspiradas e bem executadas há que se ser obrigado a concordar com ele.