Os gabinetes dos ministros da Defesa, Élcio Álvares, e do Esporte e Turismo, Rafael Greca, não são os únicos na mira da Justiça. Em outubro de 1999, o ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, nomeou para sua assessoria o engenheiro Renato Basto Visco, 64 anos, denunciado por improbidade num processo em que a Justiça Federal investiga irregularidades no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Hoje lotado no gabinete de Dornelles, Visco era administrador geral do órgão quando foi denunciado pela Procuradoria da República numa ação civil pública e é também alvo de um inquérito aberto pela Polícia Federal.

Visco contratou sem licitação, em 1998, a empresa DW Engenharia Ltda. para fazer dois projetos de revitalização da sede do instituto, na praça Mauá, no Rio. A obra foi orçada em R$ 27 milhões e a DW chegou a receber R$ 1,5 milhão. “São claras as provas de que Visco conduziu tudo”, acusa o procurador Flávio de Moura Júnior, autor da ação que tramita na Justiça Federal. Ele exige a devolução do que foi pago. Na época, a comissão do Inpi que deveria receber os projetos da DW se dissolveu porque reprovava os métodos de Visco, condenados também por uma auditoria conjunta do Ministério da Fazenda, Secretaria Federal de Controle e Secretaria de Controle Interno do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Em abril de 1999, uma liminar da Justiça Federal suspendeu os pagamentos à DW e à Concremat. Dornelles alega que, até que se prove o contrário, seu assessor é inocente. “Não vou entrar em polêmica com quem me denuncia”, declarou Visco a ISTOÉ, se dizendo inocente.


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