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O dólar à vista renovou as máximas ante o real refletindo cautela após a divulgação das vendas no varejo nos Estados Unidos em julho, que deixou sinais mistos sobre o timing do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para início da retirada dos estímulos monetários. As vendas no varejo nos EUA subiram pelo quarto mês consecutivo, mas em ritmo lento, com alta de 0,2% em julho ante aumento de 0,6% em julho, ficando levemente abaixo da expectativa de alta de 0,3%.

O dado de junho foi revisado para alta de 0,6% ante maio, de aumento de 0,4% anteriormente. Excluindo-se automóveis, as vendas do setor varejista cresceram 0,5% em julho, superando a previsão dos analistas, de ganho de 0,4%. Agora, as atenções estarão no presidente do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, que fala nesta terça-feira, 13, à tarde.

 
Além disso, segundo um operador de câmbio de um banco, a fala do diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, ainda ecoa no mercado. "Hamilton disse que o BC não tem compromisso com o câmbio e acho que isso pode ter deixado o mercado mais corajoso para testar novos níveis", disse.
 
Às 10h21, o dólar à vista no balcão subia 0,57%, a R$ 2,300, tendo atingido a máxima de R$ 2,304 (+0,74%) e a mínima de R$ 2,290 (+0,13%). No mercado futuro, o dólar para setembro subia 0,46%, a R$ 2,308. A mínima foi de R$ 2,300 (+0,11%) e a máxima, de R$ 2,313 (+0,67%).
 
Na segunda-feira, 12, o dólar à vista deu arranque no meio da tarde e fechou em alta de 0,66%, a R$ 2,2870, após a fala de Hamilton, que também disse que o instrumento mais apropriado para lidar com a inflação é a taxa de juros. Ele afirmou ainda que a inflação de julho foi um ponto fora da curva e que, a partir de agosto, o IPCA mensal vai voltar a acelerar, traçando um cenário de inflação em forma de "V".
 
Diante da estratégia recente do Banco Central de atuar com leilões de swap cambial quando o mercado está mais calmo e o dólar em queda, ontem o BC ficou apenas observando o movimento de alta da moeda americana. Mas uma atuação dele hoje não está descartada. "Está em aberto. O BC vai continuar agindo em doses homeopáticas", disse um operador de um banco em São Paulo.
 
Conforme observou a equipe de economistas do Bradesco, em análise divulgada nesta terça-feira, 13, "resta saber se o novo nível de câmbio é temporário ou permanente". A economista do banco Andrea Bastos Damico lembra que desde o início do ano até agora o real depreciou 13,2%, enquanto uma cesta de moedas commodities depreciou 5,8%. "Ou seja, nossas próprias idiossincrasias fizeram com que Real se depreciasse além das moedas commodities", disse. "Nosso desempenho mais fraco e nossas incertezas potencializaram a depreciação da moeda", acrescentou.
 
A expectativa para o dado de varejo é de que mostre que as vendas nos EUA tenham aumentado 0,3% em julho, de +0,4% no mês anterior. Além disso, os mercados se animaram com números positivos da Europa, com índice Zew de expectativas econômicas da Alemanha e produção industrial da zona do euro mais fortes. O euro, no entanto, cedia após subir mais cedo.
 
Na Alemanha, o índice de expectativas econômicas medido pelo instituto ZEW, que é uma sinalização do sentimento do investidor para os próximos seis meses, subiu para 42,0 em agosto, de 36,3 em julho, superando previsão de aumento para 40,0. O índice de condições atuais subiu para 18,3 em agosto, de 10,6 em julho.
 
Na Zona do Euro, a produção industrial subiu 0,7% em junho ante maio e 0,3% em comparação com o mesmo mês de 2012, ante estimativa de alta de 0,8% no mês e avanço de 0,3% no ano. No segundo trimestre como um todo, a produção industrial cresceu 1,1% ante os três meses até março, o maior alta trimestral desde os últimos três meses de 2010 (2,2%).
 
No Japão, as encomendas de máquinas caíram 2,7% em junho ante junho de 2012, uma queda menor do que a estimada, de 7,1%. Às 10h25, o euro caía a US$ 1,3260, de US$ 1,3299 no fim da tarde de ontem. O dólar subia a 98,13 ienes, de 96,90 ienes no fim da tarde de ontem. O Dollar Index (DXY), que mede o dólar ante uma cesta de seis moedas (euro, iene, libra, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço) tinha alta de 0,52%, a 81,76.
 
O dólar avançava mais ante as moedas de países emergentes e exportadores de commodities: dólar australiano (+0,38%), dólar canadense (+0,28%); rupia indiana (+0,11%); peso mexicano (+0,59%); dólar neozelandês (+0,42%).