Leme defende rumo da privatização
O pesquisador de mercados emergentes da corretora americana Goldman, Sachs, Paulo Leme, já fez muitas projeções pessimistas para o Brasil. Foi cogitado para a equipe de Armínio Fraga, no BC, mas os rumores cessaram depois que Leme defendeu privatizações polêmicas, como a da Petrobras. Agora, traça um cenário mais otimista.

ISTOÉ – Quais são suas projeções macroeconômicas para 1999?
Paulo Leme – A inflação deve fechar o quarto trimestre com uma taxa média de 0,5% ao mês, ou 6% anualizada. Como vai haver uma puxada no terceiro trimestre, por causa do aumento nos preços dos combustíveis, telecomunicações e energia, o IGPD-I no ano deve ser de 11%. A previsão para a taxa de juros Selic é de 19% nominais, ou 12% a 13% reais. O dólar deve fechar o ano cotado a R$ 1,90, mas pode chegar a R$ 2,15 em dezembro de 2000. O País deve ter contração na atividade econômica de 1,5% em 1999, com recuperação de 3% a 3,5% no ano que vem.

ISTOÉ – O sr. ainda defende a venda da Petrobras, da Caixa e do BB?
Leme – Mantenho a posição. O Brasil tem desequilíbrio patrimonial, há ativos que poucos dividendos pagaram ao longo da história ao acionista principal, o governo. Ao mesmo tempo, o País tem passivos onerosos, a dívida interna mobiliária federal.

 

Um shopping especial
Um shopping center sem estacionamento e cinemas pode dar certo? A construtora Birmann e a administradora CEI garantem que sim. Elas inauguram em outubro o Shopping Light, no prédio tombado da antiga Eletropaulo, no Vale do Anhangabaú. O investimento é de R$ 50 milhões e a garantia de que o projeto não virará mais um "mico center" seria a demanda reprimida de R$ 400 milhões por ano de consumo das pessoas que circulam na região. A meta é abocanhar R$ 250 milhões com as 200 lojas.

 

Pinga versus tequila
A indústria eletroeletrônica não se conforma com o acordo de livre comércio que o Brasil deve fechar até 30 de junho com os países da Comunidade Andina. Corre contra o tempo para diminuir a tarifa média de 18% para a importação de seus produtos, já que o México paga hoje a metade. A Eletros chega a falar até do risco de maquiagens de equipamentos mexicanos nos Andes para vender aqui.

 

O exemplo chileno
Enquanto todas as companhias aéreas brasileiras amargaram prejuízos no primeiro trimestre, a LanChile vai muito bem, obrigado. Lucrou US$ 31,8 milhões, 45% a mais do que o mesmo período de 1998. A empresa foi a que mais lucrou naquele ano no mundo, com US$ 57 milhões. Em janeiro adere ao consórcio OneWorld, para agilizar check-in e contagem de milhagens.