Depois do videoclipe, um novo artefato musical está se tornando obrigatório na divulgação de CDs de artistas das mais diferentes tendências. Assinados por DJs, produtores musicais ou até mesmo por grupos famosos, o remix – versão alternativa de uma música, normalmente alterada em seu ritmo para cair como uma luva nas pistas de dança – adquiriu características tão particulares que passou a ser consumido independentemente da canção original. No Exterior, o filão vem conquistando um público considerável, provam os inúmeros lançamentos do gênero. Como trata-se de uma produção rápida e de efeitos certeiros, a tendência começou a ser adotada pelas gravadoras brasileiras. Após o sacolejante Remixes & aperitivos, de Ed Motta, chega às lojas o álbum duplo Hits dubs, do Cidade Negra, que reúne num dos discos 14 sucessos remixados da banda carioca de reggae. Seguindo o mesmo formato, Marina teve suas músicas compiladas em 1 noite e 1/2, quarto lançamento de uma coleção dedicada a recriações dançantes do pop rock nacional da gravadora Som Livre.

Na moda recente existe espaço até para bobagens divertidas como Brega mix, que entre outros títulos ressuscitou Sandra Rosa Madalena, a cigana, de Sidney Magal, Feiticeira, de José Luis Galego, e Cadeira de rodas, de Fernando Mendes. Em linha oposta, Luiz Carlos Carvalho, coordenador do projeto de remixes da Som Livre, além da obra de Marina já revisitou as de Cazuza, Capital Inicial e Biquini Cavadão. Com longa trajetória no meio fonográfico, em que ficou conhecido como Meu Bom, Carvalho acha que a função do remix é lançar a música nas casas noturnas. Por isso abusa das batidas aceleradas mais conhecidas como bate-estaca. "Não tenho preocupação em ser fiel ao original", afirma. Na recriação de Bete Balanço, que Cazuza gravou com o Barão Vermelho, por exemplo, o produtor usou um registro inédito encontrado numa fita de estúdio com o cantor fazendo aquecimento de voz. Ficou ótimo.


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