Agora é oficial. A Sprint, que detém 25% da Intelig, que vai concorrer com a Embratel nas ligações de longa distância, decidiu sair de cena. Em carta enviada na semana passada à Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações –, a empresa americana informou que venderá sua parte na Intelig. A decisão põe fim a uma queda-de-braço iniciada em outubro do ano passado, quando a MCI e a Sprint anunciaram sua fusão e acabaram causando um impasse no Brasil: como a MCI é a controladora da Embratel, seria impossível a presença da Sprint nas duas operadoras, já que são concorrentes. Por conta disso, a National Grid, que detém 50% de participação na Intelig (o terceiro sócio é a France Telecom, com 25%), chegou a entrar na Justiça solicitando o afastamento dos diretores Ben Buley e Paul Kershisnik, ambos da Sprint, da administração da operadora. Temia o vazamento de informações estratégicas. Além disso, os advogados da Andrade & Fichtner, escritório que representa a inglesa National Grid no País, se preparam para entrar com uma nova ação esta semana, desta vez solicitando o afastamento definitivo da Sprint da administração da Intelig.

Apesar do imbróglio entre os sócios, a Intelig garante que vai começar a operar até o dia 24, conforme determinação da Anatel. Além dela, outras duas empresas-espelho estarão em atividade até essa data: a Vésper S.A e a Vésper SP. Desde a semana passada, a Vésper S.A, espelho da Telemar, já está oferecendo serviços de telefonia fixa em Macapá (AM), Boa Vista (RR) e Natal (RN), e até o final de janeiro 29 municípios serão atendidos (16 capitais e outros 13 com mais de 200 mil habitantes). A área de atuação da operadora abrange 16 Estados, incluindo Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e regiões Norte e Nordeste. “Começamos fazendo um ‘aquecimento’ nas capitais menos populosas – Macapá e Boa Vista –, para que pudéssemos ir ajustando a empresa de modo a oferecer o melhor atendimento aos clientes. Não queremos correr o risco de congestionamentos”, diz o presidente da Vésper S.A, Gilberto Garbi. Capacitada a atender 1,5 milhão de usuários na primeira fase, a companhia investiu no ano passado US$ 600 milhões. O mesmo valor deve ser aplicado em 2000, e em 2001 outros R$ 400 milhões serão investidos. A Vésper SP, espelho da Telefônica, também se prepara para a entrada no mercado paulista. Segundo o vice-presidente de Marketing da empresa, Rodolpho Cordenuto, a companhia prevê investimentos de US$ 1 bilhão num prazo de três anos e terá capacidade para atender mais de 500 mil usuá-rios. A chegada dos concorrentes ainda não provocou guerras tarifárias. Em Macapá, por exemplo, a Vésper cobra R$ 343,69 pela linha contra R$ 63,01 da Telemar. “Nossa política não se baseia em preços, mas na qualidade dos serviços: nada de filas e instalação rápida”, promete Garbi. De qualquer forma, ele garante que os preços devem cair com o tempo.