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Com a popularidade desgastada, a presidenta Dilma Rousseff negociou nesta segunda-feira, 05, uma "trégua" com o Congresso Nacional para tentar congelar a agenda de confrontos entre o Planalto e o Legislativo. A primeira tentativa é derrubar a iniciativa do presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de colocar em votação, amanhã, o orçamento impositivo, que obriga o Planalto a pagar as emendas parlamentares, sem discussão.

 
Na semana passada, Dilma se reuniu com os ministros políticos para acertar a liberação de R$ 6 bilhões em emendas, em uma outra iniciativa para tentar acalmar a base aliada. Os parlamentares ficaram bem impressionados com a reunião no Planalto e acreditam que ela ajudará a combater o ambiente de falta de diálogo que provocou uma crise da base no Congresso. 
 
A presidenta se comprometeu a discutir com a base temas polêmicos antes do envio das propostas e abriu espaço para que as reuniões sejam mais frequentes. Na mesma linha de atuação, Dilma receberá nesta terça-feira, 06, líderes do Senado para discutir os trabalhos no segundo semestre.
 
Um dos principais críticos da articulação política do governo, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), saiu da reunião com elogios à iniciativa. "Isso sinaliza a inauguração de uma nova metodologia". Cunha pediu que a presidente retire a urgência constitucional do projeto do marco regulatório de mineração para ajudar na desobstrução da pauta da Casa. O líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), acredita em um convívio "menos tenso" nos próximos dias. 
 
"Faz tempo que reclamávamos do diálogo e acho que o governo finalmente dá um sinal concreto que topou dialogar e nos deixa com boa impressão. Estávamos numa luta do cabo de guerra, com o governo pra lá e o Congresso pra cá. Isso agora vai distensionar e significa que não precisaremos mais ficar colocando o governo contra a parede e nem eles nos atropelar", disse.