Nada como uma boa cirurgia plástica. Depois de dois meses de obras, o cinquentão Maracanã já parece outro. São 600 operários trabalhando dia e noite para fazer no templo sagrado do futebol mundial a maior reforma desde que foi criado. Já para o I Campeonato Mundial de Clubes, que começou na quarta-feira 5, os torcedores têm à disposição um estádio diferente daquele que foi o palco das peripécias de Pelé e Garrincha. A começar pela própria grama, com dois tons de cores em listas dia-gonais que lembram a bandeira brasileira, até as arquibancadas, que ganharam assentos coloridos, o Mário Filho – seu nome oficial – está com a aparência renovada. Responsável pela Superintendência de Desportos do Rio de Janeiro (Suderj), Francisco de Carvalho anuncia que a obra só vai acabar no final do ano, com custo previsto de R$ 54 milhões. “O Maracanã perde 20 mil lugares (fica com 105 mil) e não será mais o maior do mundo, mas em compensação vai voltar a ser o melhor do planeta”, promete. Inaugurado em junho de 1950 para a Copa no Brasil depois de um ano e dez meses de obras, o Maracanã remoçado servirá de trunfo na candidatura brasileira para sediar a Copa de 2006 ou 2010.

A principal novidade até agora são os assentos coloridos instalados sobre as antigas arquibancadas. O que ganhará em conforto, o Maracanã vai perder em capacidade. No setor, que antes abrigava 70 mil pessoas, hoje só há espaço para 50 mil torcedores. A administração se preocupou em agradar às torcidas organizadas. Afinal, na última tentativa de se colocar assentos nas arquibancadas em 1995, os torcedores depredaram e tudo voltou a ser como antes. Desta vez, a Suderj tomou o cuidado de negociar com chefes de torcida. As outras novidades são a ampliação do estacionamento, remodelação dos vestiários, construção de um segundo vestiário para os árbitros e a criação de um centro de imprensa. Estão por vir ainda as reformas do setor de cadeiras e da marquise, a melhoria das instalações hidráulicas e a mudança do banco de reservas para atrás dos gols. Apesar de tanta modernidade, quando os jogos não forem da Fifa, a tradicional geral, onde os torcedores assistem ao jogo em pé, vai permanecer.