Operação abafa

Os principais conselheiros políticos de Fernando Henrique no Palácio do Planalto são os ministros Pedro Parente (Casa Civil) e Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral da Presidência), além do assessor especial Moreira Franco. Os três andam tão preocupados quanto FHC com o escândalo Eduardo Jorge. E resolveram arregaçar as mangas para evitar que o assunto continue rendendo manchetes diárias na imprensa. Começaram pelos jornais do Rio. Na segunda-feira 7, jantaram na casa de Moreira Franco, no bairro do Leblon, com as cúpulas dos jornais O Globo, O Dia e Jornal do Brasil. Entre goles de uísque 12 anos e vinhos de excelente safra oferecidos aos presentes, Aloysio, Moreira e Parente reclamaram muito de colunistas e repórteres que consideram oposicionistas. Os chefes da imprensa carioca argumentaram que houve um erro inicial de comunicação do Palácio. Mas os assessores do presidente insistiram: pediram que se diminua o espaço para as denúncias contra Eduardo Jorge nos jornais. Pelo menos durante a semana que passou, conseguiram alguma coisa.
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Eco de castanholas

Eco de castanholas O ex-deputado alagoano Mendonça Neto viajou para a Espanha. De volta, escreveu o livro de contos “Pequeno tratado das contradições humanas”, editado pela Catavento. Mendonça Neto jura que uma das histórias lhe foi relatada, em Barcelona, por uma repórter famosa. Conta tintim por tintim detalhes das contradições pessoais de um dos políticos mais importantes do País.
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Amigos

Há pouco mais de um ano Eduardo Jorge indicou o amigo Gerson Kelmann para a assessoria especial do Ministério do Meio Ambiente, mesmo contra a vontade do titular da Pasta, José Sarney Filho. Agora Kelmann tornou-se o candidato mais cotado para a diretoria-geral da recém-criada Agência Nacional de Águas (ANA). Deve ser indicado oficialmente nos próximos dias pelo presidente Fernando Henrique. Depois terá de ser sabatinado e confirmado (ou não!) pelo Senado.
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Coroné dos homi rebelde

José Arruda é o prefeito tucano de Caucaia, no interior do Ceará. Mas, pelo jeito, não reza na cartilha do coronel do PSDB no Estado, Tasso Jereissati. Ficou tão empolgado com a matéria de capa do último número de ISTOÉ, sobre o dinheiro público que jorrou na empresa do governador, que pagou do próprio bolso e distribuiu mil exemplares da revista pela cidade. Com a publicação esgotada nas bancas, não teve dúvidas: fez 50 mil fotocópias da reportagem para espalhar.
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Vazamento

Acabou o voto secreto no Congresso. É o que se deduz da informação segundo a qual um defeito no sistema de computação do Senado permitiu descobrir que a petista Heloísa Helena votou contra a cassação de Luiz Estevão. Quem teve acesso ao “defeito” trouxe uma pérola para o PFL: no partido, votaram com Luiz Estevão os senadores Bernardo Cabral, Francelino Pereira e Jonas Pinheiro.

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Rápidas

* O empreiteiro Fábio Monteiro de Barros confirma: Artur da Távola (PSDB-RJ) é seu parente distante. O nome de batismo do senador é Paulo Alberto Monteiro de Barros.

* Em tempo: o parentesco não seduz o senador Artur da Távola. O tucano carioca está defendendo o governo na subcomissão do Senado de olho na vaga de ministro da Cultura.

* Edison Lobão (PFL-MA) é outro membro da subcomissão do caso EJ com problemas. O sigilo telefônico de Fábio Monteiro revela dezenas de ligações para o senador.

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“Acho que deveríamos quebrar o sigilo
telefônico do Nicolau”

Do desavisado senador Sérgio Machado (PSDB-CE), quinta-feira,
dia 10, na subcomissão do Senado. Os sigilos de Lalau foram
rompidos há muito tempo