Assista ao clipe de “Clareou”:

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Dora Vergueiro é uma mulher inquieta. Mas, para gravar seu quarto álbum, que leva apenas o seu nome, baixou o ritmo e, em alguns momentos, a voz. “Quis fazer um trabalho leve, que falasse de amor e traduzisse esse momento mais recolhido da minha vida”, diz ela. Buscou isso em canções antológicas, eternizadas pela voz de gigantes como Cartola (“Meu Drama”) e Clara Nunes (“Ijexá”), e em composições recém-saídas do forno, de sua autoria e de parceiros como Toquinho. A seleção foi feita “com o coração” por Dora e pelo músico e produtor do CD, Marlon Sette, que dá a graça de seu trombone nas faixas “Vento Leste” (de Dora e Toquinho) e “De Ponta Cabeça” (de Sette e Rogê).

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VIDA NOVA
Nascimento da filha Maria marca a fase atual
da cantora, ex-apresentadora do SporTV

Filha do também compositor Carlinhos Vergueiro – coautor de boa parte do novo repertório –, a cantora gravou o primeiro CD aos 20 anos de idade. Nesse tempo, tornou-se apresentadora de tevê e ganhou programas de rádio, em paralelo aos shows e lançamentos. Há dois anos, pouco antes de começar a pensar no novo disco, deu à luz Maria, segunda filha e uma das razões da fase “mais voltada para dentro”. “Amei fazer tevê, mas agora quero me dedicar só à música e à maternidade”, afirma Dora, que acaba de fazer 37 anos.

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"A PRESENÇA FORTE DOS METAIS NO CD leva AS PESSOAS A
FAZER UMA RELAÇÃO COM A MÚSICA DOS ANOS 1970 E 1980"

Os temas românticos e a interpretação mais sussurrada do novo trabalho não representam uma ruptura do balanço dançante que marca a produção anterior da cantora. Pelo contrário, o CD é antes de tudo uma reunião de ritmos brasileiros, com levada alegre e livre que se faz presente em faixas como “Mamãe Oxum”, interpretada numa espécie de colagem com “Ijexá”. “Essa música nasceu no chuveiro há alguns anos. Entrei no banho e saí com ela inteira, pronta”, diz Dora, que a princípio nem atentou para o seu parentesco com a canção em que o baiano Edil Pacheco homenageia o bloco carnavalesco Filhos de Gandhi. Com shows de lançamentos do disco no dia 8 de agosto, no Miranda (Rio de Janeiro), e no dia 22, no Tom Jazz (São Paulo), a cantora vai mostrar que mesmo falando de romance não deixa ninguém sentado.

Foto: WASHINGTON POSSATO