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Durante encontro com 5 mil peregrinos argentinos na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, o papa Francisco convocou os jovens a saírem às ruas enquanto para que atuem junto à comunidade. Segundo o pontífice, uma Igreja que não sai às ruas é comparável a uma organização não-governamental (ONG).

"Queria dizer uma coisa: o que espero como consequência da Jornada Mundial da Juventude é que vocês saiam, quero que a Igreja saia às ruas. Quero que nos defendamos de tudo que seja mundano", afirmou o Papa, em um discurso feito de improviso. "As paróquias, as instituições foram feitas para sair. Se não saem, viram uma ONG, e a Igreja não deve ser uma ONG", acrescentou.

O compromisso, considerado pelo porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, como "um encontro improvisado", foi uma forma encontrada pelo Pontífice para conseguir ter um contato exclusivo com seus conterrâneos. A vinda ao Brasil em função da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é a primeira viagem do papa Francisco ao exterior desde que assumiu o cargo, em março deste ano.

A mensagem de Francisco repete discurso feito na celebração de sua primeira missa como Papa, em março deste ano. Na ocasião, o Pontífice disse que a Igreja deve ser a companheira de Cristo, e não uma "ONG piedosa". "Se nós não professarmos Jesus Cristo, nos converteremos em uma ONG piedosa, não em uma esposa (mulher) do Senhor", disse opapa Francisco, lembrando que todos são "mundanos", mesmo os mais religiosos e, não "discípulos do Senhor".

Conhecido por ter realizado um ministério focado na questão social, o papa Franciscotambém abordou em sua mensagem a questão da exclusão. O pontífice identificou na sociedade os jovens, que sofrem com desemprego, e os idosos, como os mais vulneráveis. "Esta civilização nos levou a excluir as duas pontas que são nosso futuro", disse.

A cada grupo, o pontífice endereçou uma mensagem. "Os jovens têm de sair para lutar pelos seus valores (…) e os anciãos abram a boca para passar os seus ensinamentos", conclamou. "Saibam que neste momento vocês, jovens, e os anciãos, estão condenados ao mesmo destino. Não se deixem excluir."

De volta a um discurso mais teológico, o líder religioso apontou o sacrifício de Jesus Cristo na cruz como "um escândalo" e apontou os ensinamentos das chamadas "bem-aventuranças", descritas no livro de Mateus como um guia comportamental para os cristãos. "Não precisam ler outra coisa", disse o Papa. O episódio bíblico ao qual o pontífice de referiu faz parte de um sermão proferido por próprio Jesus Cristo no chamado Sermão do Monte, mesma passagem na qual ele conclama seus seguidores a amar o próximo como a si mesmo.

O encontro com os peregrinos argentinos foi encerrado após uma oração e a veneração de imagens sacras.