No meio da noite, Meg chega desmaiada ao setor de emergência de um hospital. Um exame de raios X revela uma hemorragia pulmonar. Instantes depois, Meg entra em coma e vai para a U.T.I. A paciente, uma poodle de sete dias, recebe um tratamento de Primeiro Mundo. Ela foi atendida no Koala Hospital Animal, em São Paulo. Com 13 especialidades, como cardiologia, ortopedia, oftalmologia, homeopatia e até acupuntura, é o primeiro desse porte no Brasil. Localizado em Santo Amaro, na zona sul da cidade, atende de tudo, cães, gatos, pássaros, reptéis e até roedores, como o furão Buddy. Na segunda-feira 7, ele se submeteu a uma consulta de rotina e teve de fazer um exame de verminose.

O Koala conta com uma equipe multidisciplinar. Jorge Meneghello, por exemplo, trata doenças de pele com medicamentos de homeopatia e medicina ortomolecular. Mauro Lantzman é especialista em comportamento animal. Lilian Sakai cura com acupuntura problemas de coluna, artrite e artrose caninas. “Tudo isso aumenta as chances de cura”, explica o veterinário-oftalmologista Luís Cion, sócio do hospital. Foi ele quem fez exame de vista no cão Lulu. Com uma grave úlcera na córnea, ele já havia passado por cinco veterinários até achar um especialista.

Cion também fez uma complicada cirurgia de desobstrução de córnea no pinscher Johnny, 12 anos. O cão sofria do coração e sua frequência cardíaca baixou para 52, quando o normal é 80. Se fosse numa clínica sem recursos, como um monitor cardíaco e U.T.I., Johnny talvez corresse risco de vida. Mas, assistido pelo oftalmologista, a cardiologista e um enfermeiro, saiu ileso.

Há várias clínicas desse tipo em São Paulo, cidade que concentra o maior número delas, com consultas que variam de R$ 40 a R$ 80 e a cirurgia, de R$ 200 a R$ 1,5 mil. Os animais também contam com planos de saúde. Mas, como acontece com os humanos, muitos hospitais não os aceitam porque pagam pouco aos profissionais (R$19). As unidades veterinárias funcionam 24 horas e têm uma infinidade de exames e aparelhos que oferecem diagnóstico rápido. O casal Mario Martins e sua mulher, Solange, correram para o hospital Sena Madureira, no Ibirapuera, ao ver que sua cocker Ísis, estava com a barriga inchada. Ela tomou soro e submeteu-se a um ultra-som, com aparelhos iguais aos usados em humanos. “Esse cuidado me dá a segurança de que ela vai sair boa”, contou Mário, aliviado, ao descobrir que o mal de Ísis era apenas uma virose.

Para quem acha que tanto cuidado é exagero, é bom saber que por causa de avanços como esses, o sacrifício de animais é cada vez mais raro. Hospitais como o PetSupermarket, também no Bom Retiro, são capazes de salvar cães condenados à morte justamente por ter à disposição um aparato inimaginável anos atrás. Num espaço de 400m2, ele mantém instalações para U.T.I. e um minilaboratório com equipamentos para ultra-som, radiografias, testes de função hepática e renal.

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