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DIVERSÃO: Os programas estimulam os encontros não virtuais

O publicitário carioca Luiz Felipe Barros, 25 anos, é um usuário voraz do Twitter. Ele acessa o site de troca de mensagens aproximadamente 50 vezes por dia, do computador ou do celular. Ultimamente, porém, tem dividido cada vez mais seu tempo com uma recente descoberta: o Foursquare. Mistura de rede social, guia online da cidade e jogo virtual, o Foursquare está só começando sua trajetória na rede (tem cerca de 100 mil usuários), mas já disputa o posto de queridinho da web. Lançado em março passado, é apontado por especialistas em tecnologia como o sucessor do Twitter, a febre do momento. “O Foursquare já se alinhou para virar o hit do ano que vem”, afirma Pete Cashmore, fundador do Mashable, popular blog americano especializado em mídias sociais. Isso porque ele inverte a lógica de seus concorrentes ao incentivar o encontro entre os seus membros – o Foursquare quer saber onde cada pessoa está, e espalhar essa informação para, eventualmente, viabilizar programas entre amigos.

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Na esteira, vieram outros serviços semelhantes, como o GoWalla e o Plancast, além do brasileiro Ubizu. O Foursquare funciona mesmo é pelo celular e, por enquanto, só em alguns aparelhos, como o iPhone. Ao acessar o programa, o usuário é localizado geograficamente (por sistemas de satélite). Pode, então, fazer check-in (como nos hotéis, registrar presença) no restaurante onde está, por exemplo. Se quiser, pode também dar sua opinião sobre o estabelecimento – por isso, é também um guia online. O Foursquare divulga a localização do usuário com mapa. Quem estiver pelas redondezas, poderá ir ao encontro, se quiser. Foi o que aconteceu com a paulistana Maria Carolina de Araújo Cintra, 32 anos, diretora de inovação de uma empresa de internet.

Num sábado, foi surpreendida por um conhecido. “A pessoa viu que eu estava no restaurante e resolveu ir me ver”, conta ela, que também usa o serviço para descobrir lugares novos. Sempre que acessa o aplicativo pelo telefone, recebe recomendações de atrações próximas ao local onde está. “Mas só aparecem os lugares já cadastrados pelos membros. Por isso, estou incentivando meus amigos a se inscrever, para mapearmos melhor a cidade”, conta ela, referindose a São Paulo, uma das poucas cidades, em torno de 100 no mundo todo, que têm o serviço disponível. Quando o site foi lançado, eram apenas dez. No Brasil, funciona também no Rio de Janeiro. Por enquanto. Segundo um dos fundadores do Foursquare, Dennis Crowley, também professor da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, a intenção é “encorajar as pessoas a fazer coisas mais interessantes, a explorar mais as suas cidades.” Para isso, os criadores pensaram também numa competição virtual.

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Cada vez que faz check-in em algum lugar, o usuário ganha pontos. Os melhores são listados num ranking. Quem mais frequenta um determinado local, vira prefeito dele. Luiz Felipe Barros é prefeito de seis pontos do Rio, entre eles o próprio trabalho. “Virou uma disputa entre amigos. Eles me dizem que eu marco reuniões fora da empresa só para poder sair, voltar e fazer check-in mais uma vez”, brinca. Até agora, nenhum desses serviços possui fontes de receita, as têm potencial para faturar com a propaganda dos destinos mais populares, por exemplo. “Acho que a questão é mais a integração dos diferentes serviços do que a substituição de um pelo outro”, diz Crowley, respondendo se o Foursquare será o substituto do Twitter. Como diz a galera jovem, “já é”.