Denúncia fora do lugar

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Quando desistiu da delação premiada contra Luiz Inácio Lula da Silva, o operador Marcos Valério explicou que não lhe ofereceram benefícios à altura do que poderia revelar. As informações que Valério deixou no Ministério Público seguem sob investigação da Polícia Federal, mas até agora parecem pistas pouco promissoras. Resumindo, nada do que Valério disse se confirmou por enquanto. A principal denúncia envolvia o pagamento de propinas obtidas pelo repasse de R$ 7 milhões de uma fornecedora da Portugal Telecom para o PT. As contas apontadas por Valério em paraísos fiscais pertencem a doleiros que operam no mercado. Considera-se pouco provável que levem a algum lugar.

Receio na visita
Sem convencer o Vaticano a aceitar nenhuma sugestão de reforço à segurança do papa, o Planalto aguarda pela visita de Francisco com uma angústia gerada por uma certeza. Embora tenha oferecido múltiplas proposições aos emissários de Sua Santidade, qualquer incidente – por menor que seja – acabará na conta do governo.

Casa de ferreiro
As denúncias de abuso com jatos da FAB preocupam oficiais da Aeronáutica. Muitas reuniões do Alto Comando ocorrem fora de Brasília, ainda que oito dos seus 11 integrantes residam na Capital Federal. A explicação é que os encontros itinerantes valorizam comandos regionais.

Copa movimenta R$ 25 bilhões
A Embratur estima que a Copa de 2014 será um sucesso – pelo menos econômico. Com base na média de gastos de turistas estrangeiros (R$ 6,8 bilhões) e de brasileiros em deslocamento por 12 cidades-sede (R$ 18,3 bilhões), a projeção é um faturamento total de R$ 25,2 bilhões.

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Charge

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Em Buenos Aires
Maior empresa de serviços brasileira, a Manserv acaba de chegar a Buenos Aires, onde pretende atender clientes em todo o Cone Sul. Formado por quatro empresas distintas, o grupo possui 300 unidades no País, 15 mil funcionários e faturamento anual de mais de R$ 1,5 bilhão.

PT com Mantega
A bancada do Partido dos Trabalhadores no Congresso está convencida de que a saída de Guido Mantega da Fazenda não iria resolver problemas antigos e só iria criar problemas novos para 2014. Em queda gradual e regular desde fevereiro, a inflação ajuda no argumento.

Paz no Paraná
Roberto Requião e Osmar Dias fumaram o cachimbo da paz. Na campanha de 2006, Requião acusou o rival de enriquecimento ilícito. Os dois permaneceram estremecidos até que, este ano, Requião procurou Osmar Dias para pedir desculpas nos autos e admitir que não podia provar as acusações. Osmar Dias perdoou Requião, de quem espera apoio em 2014, quando tentará o governo do Paraná. 

Quem te viu, quem te vê
Até pouco tempo atrás, os irmãos Ciro e Cid Gomes eram o principal entrave no PSB à candidatura presidencial de Eduardo Campos. Defendiam a reeleição de Dilma Rousseff e até ameaçavam deixar a legenda. Com as últimas pesquisas, a dupla guarda silêncio.

Reforma da OAB ganha apoio
O projeto de lei eleitoral confeccionado pela OAB, pelo movimento Ficha Limpa e por outras entidades concentra as últimas esperanças de uma reforma política no curto prazo. O projeto, que proíbe contribuição de empresas privadas para campanhas eleitorais e combina o voto em lista com o voto nominal, desembarcou no Congresso pelas mãos de entidades da sociedade civil, o que sempre ajuda o avanço de toda ideia após os protestos de junho. Com boa vontade, o projeto pode ser debatido em agosto e votado até o fim de setembro para valer em 2014. O problema, claro, é achar tamanha boa vontade.

Sem efeito na Ação 470
Destinada a garantir que o Supremo Tribunal Federal possa cassar mandato de parlamentares, a PEC 18 não se aplica aos quatro deputados condenados no mensalão. Isso porque uma lei nova só tem efeito retroativo para beneficiar os réus, o que não seria o caso. O Congresso pode, assim, garantir o direito de defesa dos condenados, como quer o artigo 55 da Constituição.

Rápidas
* A crise interna da Comissão da Verdade tem levado veteranos estúdios da luta por direitos humanos a sugerir um remédio simples para uma iniciativa tão importante – ouvir testemunhos sobre a violência do regime.

* Estrela dos preparativos da Copa de 2014, o “braço social”, que previa melhorias para a população humilde, raras vezes saiu do papel. Procura-se, agora, correr atrás do prejuízo.

* Policiais Federais que trabalharam em cooperação com a CIA e o FBI foram submetidos a testes de polígrafo na própria embaixada dos Estados Unidos em Brasília. Os mesmos testes também ocorriam em hotéis da capital.


* Falava-se muito em reduzir ministérios quando se faziam planos de médio prazo em Brasília. A ideia era aproveitar a dança de cadeiras do ano eleitoral de 2014. Esse tempo passou.

Toma lá dá cá

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O médico Grover Calderón, peruano, é presidente da Associação Nacional de Estrangeiros e Imigrantes no Brasil.

ISTOÉ – Os médicos estrangeiros sofrem preconceito no Brasil?
Calderón –
Somos 2.500 estrangeiros e sentimos o preconceito. Até 2008, não podíamos nem participar dos conselhos de medicina. Agora, muitos temem defender a convocação de estrangeiros por medo de represálias.

ISTOÉ – Qual é a preocupação dos médicos brasileiros em relação aos estrangeiros?
Calderón –
Eles têm medo da competição. Temem que o salário dos médicos diminua, que as consultas fiquem mais baratas.

ISTOÉ – O que se deveria fazer?  
Calderón – É preciso popularizar a medicina no Brasil. A população precisa de médicos, brasileiros ou estrangeiros, para defender sua própria vida.

Retrato falado

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“Que bom ver a presidenta recebendo oração. Que Deus possa estar abençoando”

Depois de liderar o motim de grande parte da bancada do PMDB, ajudar a atrasar a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e recolher assinaturas para uma PEC que pede a limitação do número de ministérios, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), aproveitou o encontro da presidenta Dilma Rousseff com líderes evangélicas para provocar, dizendo que Deus precisa entrar em campo para ajudar nos problemas de governabilidade enfrentados por ela.

Agência de boatos


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Entre as vozes que divulgaram o rumor de que Lula estaria lutando, de novo, contra o câncer na laringe, a mais surpreendente envolve um diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Lula fará exames de rotina nas próximas semanas. Um senador que o encontrou dias atrás diz que ele apresenta sinais de melhora contínua. “Até a voz está 90% igual à de antes.”

Cautela e caldo de galinha
Um levantamento entre deputados e senadores do PMDB mostra que 70% dos parlamentares não apoiariam Dilma Rousseff se as eleições presidenciais fossem realizadas hoje. Curiosamente, o saldo de apoios – 30% – é igual às intenções de Dilma após os protestos.

Fotos: MARCELO PRATES/AE; Roberto Castro/AG. ISTOé
Ilustração: Daniel Rosini
Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira e Josie Jeronimo


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