FABRIZIA GRANATIERI

LUXO No Copa D’Or, no Rio de Janeiro, suíte tem 60 metros quadrados (ao lado). No SírioLibanês, em São Paulo, há serviço de quarto para atender aos pedidos de quem está internado

A quela velha história de que o hospital representa um ambiente hostil e nem um pouco agradável está, finalmente, ficando para trás. Com a necessidade cada vez maior de proporcionar um atendimento de qualidade, instituições médicas se dedicam a oferecer serviços diferenciados. Uma modernização que permite ao paciente a continuidade de sua vida normal durante o período de internação, sem que precise se desligar de suas obrigações, necessidades ou prazeres. O acesso a serviços como os de beleza, gastronomia, compras e até mesmo o de apoio na hospedagem e traslado de clientes de regiões mais distantes contribui para que essa experiência se torne menos traumática.

No Hospital Samaritano, em São Paulo, pacientes e acompanhantes têm uma central telefônica à sua disposição, o que lhes garante total comodidade durante a estadia. Por ela é possível solicitar itens como apoio religioso, massagens, pedidos de lavanderia, cabeleireiro, compra de jornais e revistas, acesso a computadores e locação de DVDs. Assim como acontece nos melhores hotéis, os pacientes ainda contam com anfitriões que os ajudam desde o momento de sua internação até a alta hospitalar.


SABOR Macarrão, brócolis, creme de cenoura
e musse de chocolate são opções de cardápio
para pacientes

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Tão importante quanto proporcionar conforto, segurança e bem-estar, esse novo conceito de hospedagem hospitalar também preza pela humanização das relações nas instituições médicas. A valorização do calor humano tem se mostrado uma aliada importante na recuperação de quem está internado. “Isso aumenta suas expectativas e minimiza os transtornos que o período de internação pode ocasionar”, explica Ivana Siqueira, superintendente de atendimento e operações do Hospital SírioLibanês, em São Paulo. Para facilitar essa relação, a instituição resolveu trazer a equipe da área assistencial para dentro de seu próprio espaço.

Integrados à rotina hospitalar, esses profissionais passam a ter contato direto com os pacientes, o que lhes possibilita oferecer seus serviços antes mesmo que sejam solicitados. “O diferencial é que esses profissionais estão por perto e dispostos a atender o tempo todo. Quando nossos clientes percebem que estamos ali para servi-los, passam a confiar na instituição”, completa Ivana. A tarefa de atender bem começa no período de pré-internação, quando, por meio de um relatório, é possível reconhecer as particularidades de cada paciente. Dessa forma, um planejamento ideal para a sua estadia é realizado, prevendo suas principais necessidades e adaptando o ambiente para atendê- los da melhor maneira.

Todos esses fatores ajudam a desmistificar o ambiente hospitalar, tornando- o mais caseiro. Alguns hospitais, no entanto, levam a questão do conforto tão a sério que o ambiente do espaço voltado aos pacientes os aproxima do luxo de um hotel cinco-estrelas. O Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro, por exemplo, dispõe de uma área VIP formada por amplas suítes de 60 metros quadrados – o dobro da área dos quartos convencionais –, equipadas com TV LCD de 32 polegadas, banheiro extra para acompanhantes, além de os pacientes dessa ala terem acesso a um cardápio mais flexível quanto à variedade de opções. Com nutricionistas que levam em consideração cada diagnóstico, é possível desenvolver pratos mais elaborados, porém, dentro de uma culinária capaz de atender à dieta alimentar necessária.

A culinária, aliás, tem se revelado um diferencial entre os hospitais conceituados. Algumas instituições estão terceirizando suas cozinhas para chefs renomados. Foi o que aconteceu no Hospital São Luiz, em São Paulo. Em uma parceria inovadora, a empresária Chieko Aoki levou o Noah Gastronomia para uma nova unidade da instituição inaugurada em março. A chegada da alta gastronomia a esse ambiente permitiu que tanto a dieta prescrita aos pacientes quanto as refeições de acompanhantes e visitantes se tornassem mais prazerosas. Para isso, investiu-se na apresentação, na textura e, principalmente, no sabor dos pratos, realçado pelo toque de ervas aromáticas frescas, plantadas em uma horta que fica no próprio hospital.

O restaurante faz parte de um grande espaço de convivência que a instituição oferece. Nela, é possível freqüentar cafeterias, livrarias, lan houses e área de descanso. “Nosso objetivo era criar um espaço capaz de estimular a confraternização entre os familiares dos pacientes. O retorno acaba sendo tão positivo que, freqüentemente, encontramos moradores de regiões próximas que vêm até aqui à procura de uma tarde mais tranqüila”, explica Alberto D’Auria, coordenador médico da maternidade do Hospital São Luiz.

ROGÉRIO LACANNA/AG. ISTOÉ


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