16/07/2013 - 19:15
A oito dias do início da Jornada Mundial da Juventude, o Centro de Inteligência Nacional do Sistema de Brasileiro de Inteligência (Sisbin) trabalha com um cenário de certeza de manifestações espontâneas durante o evento. Segundo um painel atualizado permanentemente no centro nervoso de operação, o alerta para manifestações, chamada internamente de “grupos de pressão”, é o máximo em uma escala de cinco níveis.
“Diante das ações dessa fonte percebidas no País nos últimos meses associadas às ações internacionais relacionadas a grandes eventos desse teor, considerou-se tendência de avaliação positiva durante o evento”, descreve o painel. Mais tarde, o diretor do departamento de integração do Sisbin, Carlos Ataídes, explicou que “grupos de pressão” são movimentos espontâneos, sem hierarquias – como os grupos que foram às ruas no mês passado em todo o País.
O painel intercala cenários no Rio de Janeiro (sede do evento) e Aparecida (SP), cidade que será visitada pelo papa Francisco. No caso do Rio, são apontados ainda como alerta, sem sinal claro de tendência, manifestações de grupos organizados (como sindicatos ou médicos) e também aumento da criminalidade comum. Incidentes de trânsito, ações do crime organizado ou de organizações terroristas são minimizadas no cenário atual.
“As informações são coletadas nos nossos centros regionais junto com os parceiros. Então, recebemos e atualizamos diariamente, a cada hora, a cada minuto. Quando chega uma informação nova, ela é relatada e atualizada ali no painel. Ela aumenta, diminui, conforme a intensidade da situação que está sendo acompanhada”, explicou Ataídes.
Apesar da previsão de protestos durante a visita do papa, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, José Elito, descarta problemas durante o evento. “As manifestações não serão problema, absolutamente. As manifestações são uma coisa que temos que encarar com total naturalidade e, claro, olhar, acompanhar, para evitar que aquelas manifestações tenham uma repercussão a ponto de prejudicar um grande evento”, afirmou o ministro.
“Isso não vai acontecer, vocês viram que durante a Copa das Confederações nós tivemos várias manifestações e, graças as ações dos ministérios diretamente envolvidos e, claro, com o apoio da inteligência, todas as competições tiveram um brilho a altura da Copa”, assegurou.
Trinta e um órgãos de 17 ministérios atuam de maneira integrada no Centro de Inteligência Nacional para prevenir surpresas durante os grandes eventos. O centro fica localizado dentro da sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em Brasília, e está ligado aos centros de inteligência no Rio (centro nervoso de operação durante o evento) e em Aparecida (SP).