Não é segredo para nenhum súdito britânico que a rainha Elizabeth II não morre de amores por Camilla Parker-Bowles, a amante do príncipe Charles. Os britânicos também sempre torceram o nariz para a parceira amorosa do herdeiro do trono – para muitos, Camilla é a megera que afundou o casamento de conto de fadas entre Charles e Diana. Bem que o príncipe vinha tentando nos últimos tempos polir a imagem pública da namorada. Uma festinha aqui, um evento de caridade lá, uma pose de mãos dadas para a legião de fotógrafos, enfim, as coisas estavam melhorando para o casal. Mas, na semana passada, todo esse esforço caiu por terra quando a implacável imprensa britânica descobriu que o filho de Camilla – e afilhado de Charles –, o garotão Tom Parker-Bowles, um relações-públicas de 24 anos, andou cheirando cocaína numa festa em Londres há duas semanas. O detalhe perigoso: Tom tornou-se nos últimos tempos um amigo íntimo do filho de Charles, o príncipe William. A ameaça dessa "relação perigosa" sobre William já bastou para deixar os moradores do Palácio de Buckingham com os cabelos em pé. Afinal, se até o príncipe William sair da linha, o que será da combalida família real britânica?

Tom Parker-Bowles não foge muito ao padrão do garoto mimado de família tradicional e abastada que acha que tem o rei na barriga. Quando estudava em Oxford, era integrante de um clube secreto denominado The Killers (Os Assassinos), cuja principal atividade era promover festas malucas regadas a muito álcool. Segundo amigos, o rapaz ficou muito abalado em 1992 quando o escândalo do caso amoroso entre Camilla e Charles (a história do tampão, lembra-se?) foi revelado. Em Oxford, Tom preferia ser chamado apenas de Andrew Bowles. Apesar disso, ele somente se meteu numa enrascada maior em 1995, num nightclub no Sul de Londres, onde foi preso por portar maconha e ecstasy. Foi solto após receber uma reprimenda oficial e, por pouco, não acabou expulso da faculdade. Nos últimos tempos, Tom e William se tornaram parceiros de noitada. Os dois foram recentemente vistos juntos em badalados bares e restaurantes de Londres.

A queda de Tom pela cocaína foi parar nas páginas do The Sunday Times através da denúncia de um "amigo" dele, que logicamente se manteve anônimo: "Tom chegou numa festa pálido e aparentando cansaço. Uma das 20 pessoas presentes perguntou: ‘Você quer um pouco de charlie (cocaína)?’ O Tom disse que tinha o seu pó, fez duas fileiras sobre uma mesa e cheirou tudo. Uma outra pessoa estava com dificuldades para enrolar um baseado e o Tom alegremente resolveu o problema." O amigo de Tom justificou a denúncia, pois disse estar preocupado com o destino do príncipe William. "Ele é o mentor de William. E se você observar o Tom sob qualquer ângulo, ele é uma péssima influência para o futuro rei da Inglaterra.

Acuado pelos jornalistas no Festival de Cannes, onde estava trabalhando para uma empresa de cinema, Tom no início negou a história. Mas, depois de conversar com a mãe por telefone, mandou dizer que lamentava muito o incidente. "Ele se sente muito humilhado e sabe que cometeu uma estupidez. Tom prometeu aos seus pais que nunca mais vai fazer isto outra vez", informou outro amigo. Ainda é cedo para se saber qual será o efeito do escândalo no namoro entre Charles e Camilla. É bem provável que Tom passe um bom tempo sem visitar o Palácio Saint James, residência de Charles e seus dois filhos. E a imprensa britânica, como sempre, continuará de olho em William.