000_Mvd6547123.jpg

Um grupo de pelo menos 100 manifestantes recebeu dinheiro para participar da manifestação realizada nesta quinta-feira na avenida Paulista, em São Paulo, mobilizada pelas centrais sindicais e movimentos sociais. Segundo alguns manifestantes confirmaram ao Terra, o pagamento teria sido feito pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), mas a diretoria da entidade nega a ação e a atribui "sindicatos independentes".

O Terra flagrou o grupo recebendo o pagamento, em uma rua ao lado do Masp, onde ocorreu o maior protesto da Greve Geral, em São Paulo. Segundo alguns manifestantes, que preferiram não revelar seus nomes, a UGT teria pago R$ 50 por pessoa para que eles participassem da passeata que começou na rua 25 de Março, no centro.

"Eles pagaram R$ 50 e deram uma pulseirinha", disse uma jovem, que não quis gravar entrevista, mas que afirmou não ser sindicalizada – outros manifestantes que receberam o pagamento também não eram sindicalizados.

Abordadas, algumas pessoas afirmaram ter recebido apenas lanches e "ajuda de custos" para o transporte.

Ao Terra, o presidente da UGT, Ricardo Patah, negou que a entidade sindical tenha pago qualquer valor aos manifestantes e disse que eventuais pagamentos teriam sido feitos por "sindicatos independentes, para ajudar nas despesas".

"A UGT não pagou ninguém, nem autorizou ninguém a pagar pela participação dos trabalhadores. Quem veio, veio pela causa. Mas o que pode ter acontecido é de algum sindicato ter pago esse valor para ajudar nos custos, afinal muitos estavam no protesto desde  a madrugada e moram longe. Mas a UGT não tem como controlar isso, temos vários sindicatos associados", afirmou.

Segundo Patah, cerca de 20 mil pessoas, de varias centrais, participaram dos protestos hoje – a Polícia Militar confirmou 7 mil manifestantes, no total. A greve geral começou pela manhã com vários protestos em São Paulo, mas os transportes públicos não foram afetados.

Greve geral

Milhões de trabalhadores prometem cruzar os braços e paralisar serviços fundamentais como bancos, indústria, obras, transporte público e construção civil em várias cidades. Entre as entidades que aderiram a paralisação nacional estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), além do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE). 

Chamado pelos sindicatos de greve geral, o movimento – que pegou carona na onda de protestos que atingiu diversas cidades brasileiras em junho – é o quarto desse tipo em 190 anos, desde a Independência (7 de setembro de 1822). Em 2013, a novidade é a unificação dos sindicatos e movimentos sociais em uma pauta que cobra o avanço do Brasil.