A CPI do Judiciário avança nas investigações do esquema de adoções internacionais em tempo recorde patrocinado pelo juiz Luiz Beethoven Giffoni Ferreira em Jundiaí (SP). Além das contas bancárias do próprio juiz, os senadores também decidiram fazer uma devassa nas contas da promotora da Infância Inês Bicudo, que montava os processos de adoção, e do Centro de Orientação do Menor de Jundiaí, o Comej, que era coordenado pela promotora. A investigação foi determinada a partir dos depoimentos, na quarta-feira 19, do deputado estadual Renato Simões (PT-SP) e do jornalista Mário Simas Filho, de ISTOÉ, autor de reportagens que denunciaram o escândalo. "É necessário que a CPI vá até a Jundiaí. Lá poderão ser encontrados documentos e ex-funcionários do cartório que têm muito a dizer", sugeriu Simas, convocado pela CPI a depor. "As mães de Jundiaí mantêm a esperança de que seus filhos possam voltar a partir da ação da CPI", acrescentou o jornalista.

No dia seguinte, um assessor da comissão chegou a Jundiaí. Até o final da semana passada, esse assessor já havia ouvido três ex-funcionários de Beethoven. Os depoimentos, colhidos com o auxílio da Polícia Federal, revelaram aos senadores a presença de duas intermediárias nas adoções de Jundiaí. No cartório, a CPI terá acesso a um livro de registros com a identificação completa das famílias que receberam as crianças adotadas. Se comparadas as datas da saída das crianças com as datas das decisões de Beethoven, a CPI poderá desvendar o esquema mantido pelo juiz. A CPI também vai cobrar os resultados da investigação sobre a conduta do juiz Beethoven, feita pelo TJ-SP. "Estão investigando esse caso há um ano, mas até hoje as mães não tinham nenhuma resposta", diz o deputado Simões.