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O presidente deposto do Egito, Mouhamed Mursi, está proibido de deixar o país por ordem dos serviços de segurança egípcios. A ordem vale também para os colaboradores de Mursi. A medida veta ainda a saída do Egito do líder da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie, assim como de Khairat Al Shater, que também integra a entidade. A Irmandade Muçulmana era o principal apoio político de Mursi. Não há informações sobre o local onde se encontra o presidente deposto.

Por intermédio da rede social Facebook, o conselheiro presidencial na área de segurança, Essam Al Haddad, criticou o que considera ser um golpe militar. A deposição de Mursi ocorreu na tarde desta quarta-feira (3), depois que as Forças Armadas deram a ele um ultimato de 48 horas.

Os relatos indicam que o Egito está dividido politicamente entre a oposição a Mursi, os simpatizantes do governo deposto e as Forças Armadas. Desde o dia 30, o país é palco de várias manifestações violentas a pró e contra o governo.

Mursi pede resistência de egípcios a golpe de Estado

O presidente egípcio, Mouhamed Mursi, disse hoje que houve um golpe de Estado no país, após o chefe das Forças Armadas ter anunciado seu afastamento do poder.

"As medidas anunciadas pelo comando das Forças Armadas representam um golpe de Estado, rejeitado categoricamente por todos os homens livres do nosso país", escreveu no Twitter, conforme a agência Lusa

“Mursi, na posição de presidente e comandante Supremo das Forças Armadas, pede a todos os cidadãos – civis ou militares – que respeitem a Constituição e não respondam a este golpe”, diz nota da presidência do Egito, segundo a BBC Brasil.

Em pronunciamento na televisão, o chefe das Forças Armadas, general Abdel Fattah Al Sissi, anunciou que Mursi foi deposto e que o país será liderado pelo presidente do Conselho Constitucional, Adly Mansour. A Constituição foi suspensa e as eleições presidenciais serão antecipadas.

“As Forças Armadas consideram que o povo do Egito está nos pedindo apoio, não para tomar o poder ou governar, mas servir ao interesse público e proteger a revolução. Essa é a mensagem que os militares receberam de todos os cantos do Egito”, disse Sissi.

Após o anúncio, manifestantes concentrados na Praça Tahrir, no centro do Cairo, comemoraram a saída de Mursi, eleito há um ano após a queda de Hosni Mubarak em 2011.

Representantes da organização Irmandade Muçulmana, à qual pertence Mursi, e apoiadores ao governo dizem que houve um golpe por parte dos militares. Os opositores alegam que Mursi quer implantar um regime islâmico e cobravam a saída do presidente.