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O comando das Forças Armadas do Egito se reúne extraordinariamente hoje (3) para discutir a crise que afeta o governo do presidente Mouhamed Mursi. A reunião ocorre nos últimos momentos do ultimato dos militares ao presidente. Em comunicado, o chefe das Forças Armadas egípcias, Abdel Fatah Al Sisi, disse que os militares aguardam as “horas finais”. Para especialistas, é a indicação que haverá um golpe de Estado.

Os líderes do Movimento Tamarod (cujo significado em árabe é rebelde) se disseram dispostos a intensificar a campanha para que Mursi deixe o poder. Ontem (2), o presidente ocupou cadeia nacional de rádio e televisão para anunciar que não pretende abrir mão do poder. Segundo ele, seu governo é  baseado na legalidade e está mantida a decisão de permanecer na Presidência da República.

Na noite de ontem para hoje, houve confrontos entre manifestantes e policiais. Os protestos se intensificam por todo o país. Simpatizantes de Mursi argumentam que ele foi eleito democraticamente, os contrários alegam que é autoritário. Oficialmente, seis ministros deixaram o governo e dois porta-vozes pediram demissão.

Para especialistas, a crise no Egito é causada por um conjunto de fatores: o agravamento da situação econômica interna, com inflação elevada e aumento no número de desempregados, a pressão dos militares por mais espaço e o isolamento político de Mursi.