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O pai de Edward Snowden, acusado pelo governo dos Estados Unidos de espionagem por ter revelado à imprensa segredos de inteligência, afirmou nesta sexta-feira que o filho está disposto a retornar ao país na condição de não ser preso antes de ser processado e não ser obrigado a manter o silêncio.

"À esta altura, eu não tenho a sensação de que ele tenha cometido uma traição", declarou Lonnie Snowden ao canal NBC. A emissora informou, no entanto, que pai e filho não se falam desde abril.

"Violou a lei americana, já que divulgou informações confidenciais. Para aqueles que querem catalogá-lo como traidor, traiu o governo, mas eu não acredito que tenha traído o povo dos Estados Unidos", disse Lonnie Snowden.

O pai de Edward Snowden declarou enviou, por intermédio de um advogado, uma carta ao procurador-geral Eric Holder.

No texto ele explica que o ex-funcionário de uma empresa que prestava serviços à Agência Nacional de Segurança (NSA) planeja retornar aos Estados Unidos, desde que que não seja imediatamente detido nem obrigado a permanecer em silêncio, além de poder escolher o local do processo.

Mas o pai teme uma manipulação pelo site WikiLeaks, que ajudou o filho a viajar de Hong Kong a Moscou.

"Não quero colocá-lo em perigo, mas temo pelo que pode ser feito em seu entorno. Penso no WikiLeaks. Se o seu passado for analisado, veremos que sua meta não foi sempre (a defesa) da Constituição dos Estados Unidos, e sim sobretudo a revelação do máximo de informações", disse Lonnie Snowden.

O WikiLeaks divulgou em 2010 centenas de milhares de documentos confidenciais.

Edward Snowden chegou a Moscou no domingo procedente de Honk Kong e pediu asilo ao Equador, país que estuda a solicitação.