O espectador compra um ingresso-passagem e embarca num ônibus às escuras, com as janelas vedadas de plástico preto. Depois de meia hora de viagem, chega a uma construção lúgubre e abandonada. Ninguém faz a menor idéia onde está. É pelos corredores, escadarias e amplas salas do local, quase sempre na escuridão, que acontece a encenação do famoso poema em prosa do escritor francês de origem uruguaia Isidore Ducasse (1846-1870), o Conde de Lautréamont. Apesar do ambiente performático e da trama repleta de assassinatos, estupros e homossexualismo, a adaptação feita pela Companhia de Teatro Os Satyros é entediante. O pior é que não adianta nem cogitar de ir embora, mas talvez agrade aos que gostam de uma aventura esquisita. (I.C.)
VÁ SE TIVER TEMPO