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Esta edição de ISTOÉ era para ser uma festa só. A escolha dos brasileiros do ano, na sua segunda edição, já faz parte da tradição das revistas da Editora Três. O que era para ser comemoração em forma de deliciosos perfis de personalidades tão ímpares como Roseana Sarney, Luiz Francisco de Souza, Zilda Arns, Aécio Neves, Zagallo, Ricardo Brentani e Roberto Campos concorre com tragédias de fim de ano como a crise argentina e as dezenas de mortes anunciadas em mais enchentes no Rio de Janeiro, que só podem ser debitadas na conta do descaso público e da falta de planejamento urbano.

Se o 11 de setembro entrou para a história e marcou 2001 como um divisor de águas para a civilização, o final de dezembro jogou o mundo em novas interrogações: o que vai acontecer no Oriente Médio, onde a radicalização aumenta a cada dia? E a Argentina? Mergulhada numa aventura de moratória, populismo e volta ao passado. O país, que se orgulhava dos padrões europeus de seu povo, está num turbilhão social difícil de ser administrado. O Natal dos nossos vizinhos foi melancólico, como constata a partir da pág. 64 o editor de Internacional, Cláudio Camargo, enviado especial a Buenos Aires, onde foi espectador da emblemática posse do presidente Adolfo Rodríguez Saá.

O ano termina deixando poucas saudades e parcos feitos e personalidades a serem destacados – com as honrosas exceções dos homenageados nesta edição. Mas, apesar de tudo, um novo ano está chegando e com ele novas esperanças. O calendário promete: teremos eleições presidenciais e a Copa do Mundo. Afinal, nada como um pouco de circo quando escasseia o pão.