O circo da política
A cúpula do PFL reuniu-se, no final de abril, na casa do presidente do partido, Jorge Bornhausen, para discutir o preenchimento do cargo de líder do governo no Senado, que deverá ficar com o PMDB. Estavam presentes o vice-presidente da República, Marco Maciel, o presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, o líder do partido, Hugo Napoleão, e o vice-presidente do PFL, José Jorge. Maciel informou ao grupo que FHC chegou a sondar um pefelista, o senador Edison Lobão (MA), que não aceitou, e agora se fixou em dois peemedebistas: Gerson Camata (ES) e José Fogaça (RS). ACM deu graças a Deus: "Tudo bem. Eu só não aceito o palhaço da gravata!" Trata-se do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), conhecido por suas gravatas coloridas e por ter trocado sopapos com ACM. Suassuna era o candidato do líder do PMDB, Jader Barbalho.

 

Agenda
O alto tucanato marcou nova data para a saída de Pedro Malan: final de junho. Pelo acordo com o FMI, a partir daí não poderá haver mais intervenções do BC no câmbio e será estabelecida uma política de metas semestrais para a inflação. Malan dará por cumprida a sua missão, se a economia estiver bem, e poderá ceder o lugar a alguém mais identificado com a política de retomada do desenvolvimento. É ver para crer.

 

Briga de tucano
O deputado Arthur Virgílio Netto (PSDB-AM) dá como certa sua nomeação para líder do governo no Congresso. Mas o líder em exercício, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), não abre mão do posto: "Sou líder por usucapião e vou continuar. Não quero nem saber."

 

Banqueiro não aposta
O ex-banqueiro José Eduardo Andrade Vieira dá uma pista para a CPI dos Bancos fechar o cerco sobre os grandes bancos que ganharam com o vazamento da informação de que o câmbio seria alterado. Basta verificar que, no final do ano passado, eles movimentavam muito pouco na BM&F. Só entraram quando tinham certeza de que iam ganhar. E lembra uma receita de J.P. Morgan, fundador do Chase Manhattan: "Banqueiro profissional não joga. Foge dos riscos."

 

DNA das cinzas
O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) apresentou um projeto de lei que vai dar o que falar. Exige exame de DNA de cadáveres que forem cremados. É que, depois que viram cinzas, não há mais como fazer exames periciais. A propósito, Elma Farias, mulher de PC, foi cremada.

  R Á P I D A S

– O ministro-chefe do Emfa, general Benedito Leonel, é o primeiro da lista do Palácio do Planalto para ser o novo assessor militar na ONU, em Nova York. O cargo vale um salário de US$ 17 mil.

– Em tempos de guerra contra os sérvios, os EUA aproveitam para fazer propaganda de suas maquininhas de matar. Já estão mandando para cá, no próximo dia 13, uma equipe do National War College.

 

 

Por Tales Faria Colaborou Hélio Contreiras