A Bausch & Lomb, empresa especializada em artigos oftalmológicos, fez uma doação de remédios à ong Saúde Sem Limites (SSL). Eles serão usados para tratar os casos de tracoma – doença causada por uma bactéria e caracterizada por inflamação na pálpebra – entre índios da tribo Maku, da Amazônia. A empresa resolveu doar os medicamentos depois da reportagem publicada na edição 1637 de ISTOÉ denunciando a situação dos índios. Muitos já estão cegos.

O drama comoveu o presidente da empresa no Brasil, Jorge Temer. A Bausch & Lomb está doando 5,4 mil cápsulas da Azitromicina, remédio específico contra o problema, e 530 doses especiais para crianças. Foram gastos R$ 28 mil. Esperava-se que os remédios chegassem à tribo na semana passada. “Li a reportagem e fiquei indignado. Como nossa empresa não trabalha com esse tipo de medicamento, fui atrás de autorização”, conta Temer. Ele se envolveu tanto que irá conhecer a tribo.

A doação deu força à SSL. A ong é financiada pela Fundação Nacional de Saúde, órgão ligado ao Ministério da Saúde, e não tem verba suficiente para financiar os remédios para toda a tribo. “Nossa meta agora é acabar com o tracoma na região”, garante Norimar de Oliveira, integrante da organização. Há mais gente ajudando. Com a chegada dos remédios, a Universidade Federal de São Paulo intensificará o trabalho com os índios, iniciado em 1999. “Auxiliaremos na parte médica para que as drogas sejam usadas corretamente e a doença não volte mais”, explica Rubens Belfort, professor do Departamento de Oftalmologia da universidade.