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Houve um princípio de tumulto no fim da tarde desta quinta-feira na avenida Paulista quando a manifestação organizada pelo Movimento Passe Livre (MPL), se encontrou com militantes de partidos. Enquanto ato do MPL seguia pela via no sentido Paraíso, militantes de esquerda e de sindicato caminhavam no sentido contrário.

Alguns manifestantes iniciaram uma briga, que foi separada pelos próprios companheiros. Ambos os lados se envolveram em uma discussão. “Isso não é democracia, democracia é os dois lados”, diziam os militantes de partidos, enquanto os apartidários respondiam: “Abaixa a bandeira”. A polícia não chegou a intervir na confusão, que durou cerca de 10 minutos. Em seguida, as marchas continuaram, separadas.

O professor da rede pública João Victor Pavesi de Oliveira, 27 anos, integrante do diretório municipal do Psol, participou de todas as manifestações em São Paulo e admitiu que o movimento contra os partidos está “assustando”. “Ganhou uma proporção que ninguém esperava, setores de direita aderiram às manifestações e começaram um novo movimento”, disse.

“Existe o receio, sim (das pessoas que estão com camisetas de partidos serem agredidas). Nós temos o medo de se criar uma nova “Maria Antonia”, afirmou, referindo-se ao confronto de estudantes da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Mackenzie em 1968 na rua Maria Antônia.

João Victor veio todos os dias aos protestos com a camiseta do Psol, mas, depois da hostilidade com que militantes de partidos de esquerda foram recebidos na segunda-feira, o movimento se reuniu para tomar medidas para se proteger. Nesta quinta-feira, todos estão andando em grupos, com o objetivo de defender um ao outro.

Segundo o professor, as manifestações estão plurais, mas ainda segmentadas: de um lado os movimentos de esquerda e, do outro, os de direita. “Compreendemos o sentimento de desgoto das pessoas em relação aos partidos, porque houve uma repressão às pessoas, mas vamos continuar nas manifestações porque desde o começo levantamos a bandeira do transporte para todos”, afirmou.

Presidência convoca Choque em Brasília

Na capital federal, a Presidência da República convocou a Tropa de Choque da Polícia Militar para proteger o Palácio do Planalto.

No início da noite, milhares de pessoas se reuniam na Praça dos Três Poderes, em Brasília, para mais uma manifestação.

Na última segunda-feira, os manifestantes conseguiram subir a rampa do Congresso Nacional e chegaram ao teto da edificação.
 

Manifestantes do Rio vaiam militantes de partidos

Militantes de partidos políticos que levavam bandeiras à concentração para a passeata no centro do Rio foram recebidos com vaias e palavras de ordem. "O povo unido não precisa de partido", gritaram os manifestantes apartidários para um grupo que levava bandeiras do PSTU, do PCB e do PC do B e descia a rua Uruguaiana em direção à avenida Presidente Vargas, onde acontece o protesto.

"Sem partido", repetiam os manifestantes contrários à partidarização. "Sem fascismo", respondiam os militantes partidários.

Manifestantes e Polícia se enfrentam em Salvador

A Polícia e um pequeno grupo de manifestantes se enfrentaram nesta quinta-feira nas imediações do estádio onde seria disputada a partida entre Uruguai e Nigéria pela Copa das Confederações.

Os agentes, desdobrados para proteger o acesso ao estádio, responderam com bombas de gás lacrimogêneo a uma chuva de pedras e objetos de um pequeno grupo violento.

"Sem violência, sem violência", gritavam os manifestantes para a Polícia, ao mesmo tempo em que assobiavam. Milhares de pessoas começaram a se reunir desde as 14h.

Passeata reúne 15 mil manifestantes em Campinas

Uma passeata reuniu na tarde desta quinta-feira 15 mil manifestantes em Campinas (SP), de acordo com a Polícia Militar (PM). Os manifestantes iniciaram a caminhada na Avenida Francisco Glicério, passaram pela Avenida Doutor Moraes Salles, no centro, e se dividiram em três grupos. A intenção do público era seguir para a Prefeitura.

O tom geral do ato é pacífico, mas um grupo saqueou um posto quando passava pelo estabelecimento. O incidente foi contido pelos manifestantes, que pregam a não violência, mas alguns saqueadores fugiram levando bebidas alcoólicas.